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Maranello vive em funçao da Ferrari
Do Diário do Grande ABC
12/03/2000 | 02:35
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Maranello nao rima com Ferrari. É sinônimo. Falar da cidade italiana, ao norte do país, próxima a Bolonha e Modena, é obrigatoriamente falar da escuderia, que tem sede em Maranello desde 1943. Pode soar exagerado, mas Maranello sobrevive basicamente às custas da Ferrari - nao apenas economicamente, mas também culturalmente. Quando a Ferrari começou, a cidade tinha 6.450 habitantes. Hoje, mais de 15 mil pessoas vivem em Maranello. O mundo vermelho do cavallino (cavalinho, em italiano, o símbolo da equipe) - do qual os brasileiros agora se aproximaram, com Rubens Barrichello - guarda histórias.  A começar pelo próprio símbolo.

O cavalo estava pintado no aviao do piloto Francesco Baracca, que morreu na Primeira Guerra Mundial. A mae de Baracca sugeriu entao que a Ferrari o adotasse como amuleto. Enzo Ferrari aprovou. A primeira sede da Ferrari, em 1940, foi Modena. Três anos depois, a fábrica mudou-se para Maranello. O universo rosso (vermelho) começou a se formar. Nas primeiras visitas à cidade, ainda para conhecer a equipe e os mecânicos com quem trabalharia, Rubinho se encantou com a nova casa. "Todos me receberam muito bem. A primeira impressao foi ótima", disse o brasileiro, na ocasiao.  

Maranello é uma cidade industrial, que sofre com um frio rigoroso no inverno. Já passou por uma epidemia de cólera no século passado e é propensa a terremotos. Hoje, colhe os louros de abrigar a escuderia mais badalada do circuito da Fórmula 1. Um exemplo: há dois anos, foi inaugurado um bar para os aficionados pela Ferrari. Chamado Maranello Made in Red Café, decorado em tons vermelhos, o lugar reúne fanáticos pela equipe italiana, que discutem as mudanças feitas no carro a cada ano e lembram a história da escuderia. O bar fica no centro da cidade, na Piazza Libertà (Praça da Liberdade).  

O principal teatro de Maranello tem Ferrari no nome - chama-se Enzo Ferrari. Todo mês de junho, a cada fim de semana, uma festa típica toma conta da cidade. O motivo? Ferrari, claro. Para os pilotos, a devoçao da cidade à Ferrari rende mordomias. Perto da fábrica, fica o hotel em que os ferraristas se hospedam quando estao em fase de treinamento na pista de Fiorano ou de Mugello, os dois circuitos de testes da equipe italiana. Comenta-se, nos bastidores, que o alemao Michael Schumacher é exigente. Tem mania de limpeza e reclama quando encontra algum pó a mais nos móveis de seu quarto.  

Rubinho ainda está se adaptando à cidade. Até agora, só tem sorrisos para a escuderia e o mundo vermelho de Maranello. Causou simpatia dos moradores da regiao simplesmente pelo fato de falar fluentemente o italiano, o que Schumacher nao faz. Pelo menos nisso, o brasileiro está em vantagem. Maranello tem seis minirregioes: Gorzano, Fogliano, Pozza, San Venanzio, Torre Maine e Torre delle Ochee. O dia 3 de fevereiro é feriado na cidade. Comemora-se San Biagio, patrono de Maranello. E, a partir de agora, patrono também de Rubinho nas pistas da F 1.




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