O estudante Guilherme Soffner, 18 anos, foi morto na tarde de sábado, com um tiro no peito, durante tentativa de assalto na estrada Velha de Santos, altura do número 29.800, em São Bernardo, quando seguia para a casa de shows Estância Alto da Serra, onde assistiria ao jogo da seleção brasileira e participaria de uma micareta. O rapaz estava acompanhado de três amigos – um homem e duas mulheres –, todos moradores da capital, que nada sofreram por ocasião do crime. A ocorrência foi registrada no 3º DP da cidade.

Guilherme estava no banco do carona e seu amigo de infância, B.O.E. (que pediu para ter seu nome completo preservado), 19 anos, na direção do veículo. Eles estavam parados em um congestonamento na estrada quando foram abordados por dois jovens altos, magros e que aparentavam ter em torno de 20 anos, segundo informações das testemunhas. “O que estava com a arma ficou do lado do Guilherme e o outro veio para o meu lado. Eles pediram celulares e dinheiro, mas nem deu tempo de pegar. O que estava do meu lado gritou para o outro atirar. Ele ficou um pouco assustado, mas acabou disparando contra o peito do Guilherme”, relata B., que ainda conta que os homens saíram correndo e entraram no matagal próximo à estrada.

Mesmo baleado, o estudante conseguiu tirar o cinto de segurança e sair do carro, mas acabou caindo na estrada. “Colocamos ele no carro e segui pela estrada no sentido contrário, até encontrar a Polícia Rodoviária, que abriu caminho e nos levou até o Pronto Socorro Central de São Bernardo”, conta o amigo de Guilherme.

Segundo B., Guilherme chegou com vida no hospital, mas acabou morrendo pouco tempo depois. “Disseram que a bala pegou o coração e que não podiam fazer nada”, conta. Os familiares ainda tentaram doar os órgãos de Guilherme. “O hospital disse que o rim e o fígado ficaram comprometidos e não daria mais tempo de aproveitar as córneas”, diz o empresário Ricardo Soffner Neto, 46 anos, pai do estudante.

A polícia ainda prendeu dois suspeitos no início da noite do sábado, mas as duas garotas que estavam no carro e B. não os reconheceram como os autores do assassinato. Segundo informações da polícia, a arma usada no crime foi uma pistola calibre 380.

Vítima– Guilherme era o filho caçula da família Soffner. Cursava o segundo ano do curso superior de Administração de Empresas na capital e era sócio do pai, em empresa da família. Foi descrito como um rapaz divertido e calmo, que costumava sair todos os fins de semana. “Nós nos conhecemos desde os seis anos e sempre estávamos juntos”, fala emocionado B., que não se conforma com o que aconteceu. Ele conta que costumava ir com o amigo à casa de shows e nunca tinham sofrido qualquer tipo de violência na região. (Colaborou Anderson Rodrigues)