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Mortes por doenças respiratórias são reavaliadas

Região soma 437 casos com idosos em 2020, mas número pode aumentar após investigação de óbitos

Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
16/04/2020 | 00:01
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Por causa dos registros do novo coronavírus em toda região, as mortes de pessoas acima dos 60 anos relacionada as doenças respiratórias também podem ser investigadas como suspeitas de Covid-19. Isso porque o vírus ainda causa incertezas em relação aos sintomas e tratamentos.

Em seis das sete cidades, de janeiro a março deste ano, 437 mortes foram registradas em idosos por causa de doenças respiratórias, (confira tabela completa ao lado) – até o fechamento desta edição, Rio Grande da Serra não havia respondido à demanda do Diário. Esse número tende a aumentar assim que forem concluídas as investigações de dezenas de registros de óbitos suspeitos de ter contraído a Covid-19.

Em São Bernardo, por exemplo, foram confirmadas 166 mortes na cidade por doenças respiratórias em pessoas com mais de 60 anos apenas até março. Outros 24 óbitos ainda estão sendo investigados com suspeita do novo coronavírus.

O pneumologista e professor da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) Elie Fiss explica que será necessário aguardar os exames, já que os sintomas da Covid-19 se assemelham aos das outras doenças respiratórias. “Assim, a unidade de saúde consegue classificar como morte por Covid-19 ou morte por demais doenças no aparelho respiratória, sendo pneumonias, viral ou bacteriana ou até mesmo a gripe”, detalha o especialista.

Fiss ainda destaca que a Covid-19, atualmente, preenche leitos e centros hospitalares, e comenta que o número de registros pode ser ainda maior do que o que vem sendo divulgado. “O que hoje conseguimos avaliar são os casos que têm acesso aos exames, infelizmente. Por isso, é fundamental classificar o óbito do paciente de forma correta”, finaliza.

Outro pneumologista e presidente da AFPESP (Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo), Álvaro Gradim, avalia que os pacientes que vierem a óbito precisam ter o histórico e doenças preexistentes levadas em consideração, já que comorbidades aumentam a letalidade da Covid-19. “Uma doença é consequência de outra. Então, quando observamos uma morte por Covid-19, muitas vezes estamos falando de paciente que faleceu de sintomas que já apresentava, sendo pneumonia ou outras doenças e que acabou desencadeando o novo vírus”, detalha. “É fundamental que seja estudado todo o histórico associado do paciente que veio a óbito. Se, por exemplo, for pessoa que não apresentava comorbidades, o quadro já se encaixa à morte relacionada só a Covid-19”, finaliza.
 




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