Cultura & Lazer Titulo
Dramaturgia à beira mar
Natane Tamasauskas
Enviada a Angra dos Reis
22/11/2007 | 07:02
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Antigas construções preservadas, um porto, barcos, calor. O cenário de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, convida à tranqüilidade. É o momento certo para passar longas horas apenas observando o mar, certo? Errado.

A rotina da pacata cidadela é quebrada uma vez por ano durante a Festa Internacional de Teatro de Angra. Conhecida pela sigla Fita, a quarta edição do evento levou à região, durante os dias 10 a 19 deste mês, 15 espetáculos nacionalmente premiados, além de um internacional: A Insólita Cozinha de Leonardo Da Vinci, da venezuelana Cia. de Teatro del Contrajuego. “A idéia é mesclar peças mais difíceis, com atores menos conhecidos, e textos com grande apelo popular”, explica João Carlos Rabello, empresário do município e curador do projeto.

Com investimento de R$ 2 milhões, movimento de cerca de R$ 15 milhões e grandes atrações, a Fita calca espaço junto a nomes de grandes festivais nacionais, como os de Curitiba e Recife. “Esse ano tivemos um problema com o patrocínio e montamos o evento um pouco atrasados. Mesmo assim o público chegou a 14.000 pessoas. Ano passado tivemos 50.000”, conta Rabello.

Presente em outras edições, uma tenda aberta na praia conseguia reunir 6.000 pessoas para uma única peça. Neste ano, foi montada uma tenda menor, que comportava até 1.200 espectadores. “Ano que vem voltaremos com a tenda aberta. Estamos planejando um festival competitivo e uma mostra de teatro de rua”, completa o curador.

PROGRAMAÇÃO

Os palcos paulistanos estão nos planos de Virgolino Ferreira e Maria de Déa – Auto de Angicos, texto protagonizado por Marcos Palmeira e Adriana Esteves, que encerrou a programação da Fita.

Sob direção de Amir Haddad, os atores contam os últimos momentos vividos por um dos casais mais famosos da história do País, Lampião e Maria Bonita.

Os dez dias de festa ainda contaram com comédias consagradas como Nós na Fita, Sua Excelência, O Candidato, Ih, O Papai Também É e Minha Mãe É uma Peça.

Textos densos, como o polêmico Alma Imoral, em que a atriz Clarice Niskier permanece nua durante todo espetáculo, e O Homem Vivo, composto por poemas de Bertolt Brecht, contrariaram as previsões e também tiveram os ingressos esgotados.

A repórter viajou a convite da organização do evento.



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