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Defensoria alerta sobre uso de agrotóxicos
Nelson Donato
especial para o Diário
07/10/2015 | 07:00
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 A Defensoria Pública do Estado iniciou ontem, em Santo André, audiência pública com objetivo de alertar a população sobre os perigos do uso de agrotóxicos para a saúde. Durante o evento, a Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) apresentou resultado de pesquisa com mais de 250 produtos, dos quais 43% obtiveram índices insatisfatórios quanto ao uso de pesticidas.

Idealizador da audiência, o defensor público Marcelo Novaes criticou a ausência de testes por parte do poder público regional nos alimentos comercializados no Grande ABC. “Nenhum controle é feito. As pessoas precisam saber o que comem e bebem. Em alguns alimentos foram encontrados sete tipos de agrotóxicos. É uma bomba atômica.”

Outro fator abordado durante o discurso de Novaes foi a importação de alimentos sem a devida fiscalização. “Recebemos produtos de países como China e Índia, que não possuem inspeção adequada. Neste ano, recebemos cebolas contaminadas vindas da Holanda e elas foram consumidas por seis meses.”

A professora Karen Friedrich reforçou o alerta durante palestra sobre as possíveis falhas nos relatórios da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). “Os resultados de 2012 mostram que 36% dos alimentos possuem níveis de agrotóxicos acima do permitido. Porém, a pesquisa não avalia o glifosato, que é o mais usado no Brasil.”

Os efeitos colaterais desses resíduos podem ser agudos ou crônicos. Os sintomas do primeiros são sentidos na hora e variam de coceiras a enjoos. Já os crônicos são observados a longo prazo e podem ser uma das causas do câncer.

A qualidade da água que abastece as residências da região também foi tema do debate. Amostras dos sistemas Alto Tietê, Rio Grande e Rio Claro apontam a presença de metais pesados como cádmio, chumbo e níquel.

A professora Sônia Hess ressalta que a incidência de tais substâncias é proveniente de esgoto industrial. “O Brasil é um País abençoado e não sabe tratar a água como um tesouro. Me sinto envergonhada. Alguns destes metais são altamente tóxicos e os procedimentos feitos nas estações de tratamento não são capazes de eliminá-los.”

O debate continua hoje com propostas para resolver a questão. O evento ocorre no auditório da Fainc (Faculdades Integradas Coração de Jesus), situada na região central de Santo André.




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