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Filho de Miguel Garofalo luta para manter vivas as histórias da Segunda Guerra Mundial

Quico retoma associação dos expedicionários fundada pelo seu pai

Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
22/06/2021 | 00:04
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André Henriques/ DGABC


Em meio às memórias deixadas pelo seu pai, o ex-combatente da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) Miguel Garofalo, que faleceu aos 99 anos, no início do mês, Antonio Carlos Garofalo, o Quico, 70 anos, retomou domingo, após hiato, as atividades da Associação dos Expedicionários de Santo André, na Vila Guiomar.
Presidente da entidade, Quico quer fazer do espaço, não somente um local de encontro entre seus associados, mas também atuar como guardião da memória envolvendo Miguel Garofalo e os outros combatentes da FEB (Força Expedicionária Brasileira) que já passaram pela associação.

“Uma de minhas primeiras ações será montar uma sala em homenagem ao meu pai. A ideia é que o espaço receba o nome de Miguel Garofalo e mantenha todos os seus itens, como uniforme, medalhas, fotos e demais lembranças”, afirmou Quico.

A iniciativa, entretanto, esbarra na falta de recursos trazida pela pandemia do novo coronavírus, que o fez fechar o salão que a entidade alugava para receber festas e outros eventos com a intenção de levantar recursos para a manutenção da associação.

“Meu pai lutou as batalhas dele lá na Itália e eu vou lutar minha batalha aqui, que será a de manter a associação aberta e funcionando. Sei que não é fácil, mas vou lutar”, declarou Quico. Atualmente, os associados, que são ex-combatentes da Segunda Guerra Mundial, não passam de cinco. A maioria partiu já devido à idade avançada. “No auge chegamos a manter mais de 500 associados, todos ex-combatentes da guerra. Hoje restaram apenas cinco e mais algumas viúvas”, relatou.

A Associação de Expedicionários de Santo André, muito conhecida exatamente pela figura de Miguel Garofalo, se mantém devido a doações recebidas de pessoas dos mais diversos setores de Santo André. “Vereadores, comerciantes, munícipes, todos realizavam doações aqui para a associação. As ofertas continuam, mas acabaram diminuindo devido à pandemia”, explicou Quico. A ideia, agora, é tentar buscar patrocínio com empresas privadas e até mesmo com o poder público para manter o memorial. “Meu maior medo é que daqui 20 ou 30 anos toda essa memória acabe se perdendo. E estou aqui para evitar que isso aconteça”, finalizou Quico.

Miguel Garofalo fez parte dos 25 mil homens que o Brasil enviou para combater o nazifascismo na Europa. Ele lutou contra integrantes do Eixo na famosa batalha de Monte Castello, na Itália, que ocorreu no fim de 1944. O ex-combatente viveu a maior parte da vida no bairro Pinheirinho, em Santo André.  




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