Favela e classe média convivem lado a lado no Rio, um microcosmo do abismo social brasileiro de proporções nacionais. Neste cenário, estes dois mundos se cruzam em situações absurdas. Para escapar dos soldados do tráfico após matar acidentalmente o líder, o simplório Maguila (André Mattos) foge do morro e arrasta consigo Branquinha (Priscila). Esta convence ainda o amigo Japa (Silvio) a segui-los na aventura.
Já fora da favela e com vontade de urinar, Maguila força a entrada na casa de um norte-americano William (Larry Pine), que mora com a filha Julie (Ryan Massey) e a empregada Conceição (Maria Silvia). Após um tiroteio, é ferido e as crianças assumem o controle. A fuga vira seqüestro e pesadelo sem saída.
O filme, que pretende ser a cara de um Brasil absurdo, revela outro abismo: a distância cultural, espelho distorcido da cidadania brasileira, representado pela vontade de Branquinha de ver o corpo despido de Julie comparado ao seu, uma auto-afirmação de quem tem o poder. No caso, um revólver. Absurdo, surreal, mas Brasil.
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