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Campanha pede terapia contra o câncer de mama
Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
27/04/2017 | 07:00
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André Henriques/DGABC


A inclusão de medicamentos modernos na lista do SUS (Sistema Único de Saúde) para o tratamento de câncer de mama em fase de metástase motiva a realização de campanha nacional. A mobilização #PacientesNoControle incentiva a comunidade a participar de consultas públicas abertas pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS), órgão do Ministério da Saúde, a respeito da necessidade da alternativa terapêutica já utilizada em outros países e disponível apenas na assistência privada no Brasil.

O período de coleta de informações termina no dia 2 de maio, e as contribuições da sociedade podem ser realizadas no endereço eletrônico conitec.gov.br/consultas-publicas. A terapia oncológica proposta consiste na combinação dos medicamentos Trastuzumabe e Pertuzumabe no tratamento deste tipo de câncer em estágio avançado. Conforme estudo Cleopatra (2013), juntas, as drogas são capazes de prolongar o tempo de vida do paciente em até 56,5 meses.

A presidente da Femama (Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama), Maira Caleffi, destaca que os casos de tumor na mama de alta agressividade – cujos pacientes seriam beneficiados pela incorporação dos remédios – correspondem a 20% do total de neoplasias mamárias no País. “Essas pessoas são discriminadas duas vezes. Primeiramente, porque chegam tarde ao sistema de Saúde e, por isso, o câncer já está em fase de metástase. E, depois, quando não têm acesso a drogas que já são usadas há bastante tempo fora do Brasil e também na rede privada. Caro mesmo é perder a vida”, diz. Maira observa ainda que há mais de uma década nenhuma terapia nova é incorporada ao sistema público de Saúde, apesar do avanço constante da medicina. A Femama disponibiliza portal (www.femama.org.br/pacientesnocontrole) para tirar dúvidas.

AUDIÊNCIA

Entidades e organizações não governamentais defenderam ontem, em audiência pública na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), a inclusão da terapia combinada no SUS. O presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, João Bosco Ramos Borges, afirmou que, na fase avançada, o câncer de mama se espalha principalmente para ossos, pulmão, fígado e cérebro. “Um País civilizado não é apenas o que faz diagnóstico precoce, mas o que cuida daquele paciente que tem fim definido.”

Segundo a presidente da Unaccam (União e Apoio no Combate ao Câncer de Mama), Ermantina Ramos, as pacientes que descobriam o câncer em fase avançada no século passado morriam rapidamente. “Depois de estudos clínicos feitos desde 2002, os medicamentos trouxeram qualidade de vida.”

O Ministério da Saúde informou oferecer assistência integral a pacientes.(com Agências) 




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