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Região tem maior índice de transmissão da Covid no Estado

Taxa cresce desde 2 de novembro; última semana terminou com volume mais elevado de novos diagnósticos de Covid e mortes em dois meses

Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
23/11/2020 | 22:15
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O Grande ABC registra a maior taxa de transmissão do coronavírus do Estado. O índice está em 1,81, o que significa que 100 pacientes infectados podem passar o vírus para outras 181 pessoas. O dado é preocupante porque valores acima de 1 representam aumento na transmissão e isso ocorre na região desde 2 de novembro, quando a taxa estava em 0,86. Antes, o número ficava em torno de 0,84. Os dados são da SP Covid Info Tracker, plataforma de monitoramento da pandemia gerida por pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista), da USP (Universidade de São Paulo) e do Cemeai (Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria).

No ranking, as sete cidades são seguidas pela região de Araraquara, no Interior, cuja taxa é de 1,65, e pela região de Sorocaba, também no Interior, onde o índice é de 1,54. Na Capital, o indicador está em 1,41, sendo que a cidade de São Paulo nunca ficou abaixo de 1, ou seja, a transmissão nunca esteve em queda.

Uma vez que um indivíduo leva, em média, 19 dias para se recuperar da Covid no Grande ABC, o início da tendência de alta pode ser reflexo do feriado de 12 de outubro, Dia de Nossa Senhora Aparecida. Na ocasião, o calor e o tempo estável atraíram muitos banhistas às praias do Litoral, desrespeitando as regras sanitárias.

Na última semana, as prefeituras das sete cidades confirmaram 2.965 novos casos, maior número desde a semana entre os dias 30 de agosto e 5 de setembro, quando 3.097 pessoas foram diagnosticadas. Em relação aos óbitos, foram 65 confirmações nos sete dias encerrados sábado, maior quantidade desde o período entre 27 de setembro e 3 de outubro, semana com 81 vítimas fatais.

Para se ter ideia, nas sete cidades o número de casos confirmados saltou 5,86% desde 2 de novembro, enquanto as mortes tiveram acréscimo de 9,23%. Chama atenção o número de internações, que cresceu 26%, sendo a quinta região do Estado com maior aumento nas hospitalização no período. Conforme o Diário tem publicado, especialistas avaliam que este pico, embora não caracterize segunda onda da pandemia, é resultado do relaxamento nas ações preventivas.
José Branco Filho, infectologista do grupo Leforte e da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente), observa que pessoas que estavam isoladas desde março voltaram a sair de casa, principalmente os idosos. “Temos visto nos hospitais aumento no número de casos confirmados e suspeitos. Porém, temos que esperar para ver se este aumento se mantém ou se é apenas um pico isolado”, avalia.

Atualmente, a região está na Fase 4 (verde) do Plano São Paulo, série de diretrizes do governo do Estado para retomada das atividades. No entanto, o Diário apurou que a região está crítica em três – oscilação de casos, de óbitos e de internações – de cinco critérios para permanência na etapa – apenas ocupação de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e número de leitos a cada 100 mil habitantes estão de acordo com o estágio. Desta maneira, há risco de retrocesso de fase em 30 de novembro, quando o Estado promete fazer a reclassificação dos municípios.

Caso haja recuo para a Fase 3 (amarela), comércios terão o horário e a capacidade reduzidos. Se a região voltar duas etapas, ficando na Fase 2 (laranja), estabelecimentos como bares, restaurantes, cinemas, teatros, academias, salões de beleza e barbearias não podem atender ao público. Na fase 1 (vermelha), apenas serviços essenciais podem funcionar. A reclassificação estava prevista para o 16 de novembro, contudo, foi postergado para a próxima segunda-feira, dia seguinte ao segundo turno das eleições municipais, sob a justificativa de instabilidade na plataforma do Ministério da Saúde. 




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