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Teste do Idec reprova 7 marcas de palmito
Andrea Catao Maziero
Da Redaçao
25/10/1999 | 22:48
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O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) realizou teste em 32 marcas de palmito em conserva, e reprovou sete delas por nao estarem dentro dos padroes legais para acidez (pH) e esterilidade comercial. Os dois itens, quando dentro dos padroes legais, garantem a conservaçao do produto e impedem o desenvolvimento de microorganismos e bactérias.

Foram reprovadas no teste as marcas Beija-Flor, Diana, Hemmer, Ivaí, Pachá, Tchan e Caneco. Os fabricantes dizem nao confiar na análise do Idec.

Na industrializaçao do palmito, o líquido da conserva deve estar com pH abaixo de 4,5 (o que representa alta acidez). Caso o líquido apresente pH superior a 4,5 (baixa acidez), o produto estará propenso à contaminaçao. A alta acidez impede o desenvolvimento de bactérias como a Clostridium botulinum, causadora do botulismo.

O botulismo é uma intoxicaçao alimentar grave que mata até 50% das vítimas. Os principais sintomas sao vertigem, fraqueza, visao dupla, perda de reflexos e dificuldades de engolir, falar e respirar. Os primeiros sinais da intoxicaçao costumam aparecer de 12 a 36 horas depois da ingestao do alimento estragado.

No teste do Idec, as marcas Beija-Flor e Caneco apresentaram bactérias do mesmo grupo da causadora do botulismo, devido à baixa acidez.

Além da acidez, foram avaliados a rotulagem, sendo que a embalagem de quatro produtos foram consideradas ruins, pois nao continham informaçoes exigidas pelo Código de Defesa do Consumidor.

A espessura dos palmitos (diâmetro) também foi testada. O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis) estabelece os padroes, pois as espécies juçara e açaí sao vítimas de extraçao predatória.

Empresas - A maioria das empresas afirmou nao confiar no teste realizado pelo Idec, já que nao acompanharam o processo de análise. Uma delas, a fabricante do palmito Pachá, tomou uma resoluçao radical: recolheu todo o produto do mercado e somente exportará o alimento, suspendendo a distribuiçao no mercado nacional.

Os produtores da marca Ivaí, Caneco e Diana dizem ter realizado testes isolados em seus produtos e nao encontraram nenhuma irregularidade. "Estamos entrando com um processo judicial contra o Idec, por entendermos que a avaliaçao deles foi unilateral", disse o químico responsável pelo palmito Caneco, Nemer Alfredo Finotelo.

O responsável pelo controle de qualidade da Hemmer, Jaime Marcos Dietrich, disse que foi realizado teste no mesmo lote avaliado pelo Idec e comprovaram que algumas das embalagens do palmito estavam com peso superior ao indicado, ocasionando diferença no nível de acidez. "Já estamos corrigindo esse problema fazendo um controle maior no peso do produto."

Já a empresa que comercializa a marca Beija-Flor informou que nao estao vendendo mais o produto desde abril, quando as importaçoes de palmito vindo da Bolívia foram proibidas. O produtor da marca Tchan, reprovada no teste de acidez, nao foi localizado pelo Diário.




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