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Rogério Ceni agradece ajuda para chegar ao 100º gol
28/03/2011 | 08:00
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Como toda marca histórica, o centésimo gol de Rogério Ceni vem acompanhado de uma grande retrospectiva de sua carreira. Após marcar contra o Corinthians e decidir o clássico na Arena Barueri, o goleiro do São Paulo relembrou as primeiras cobranças, os momentos difíceis e as boas recordações que os cem gols lhe trazem.

 

"A primeira vez que pensei em bater faltas foi em 1996. Comecei a treinar e bati 15 mil faltas naquele ano. Lembro que a primeira cobrança foi contra o Fluminense, depois contra o Flamengo, no Maracanã. Aí, logo depois saiu o primeiro gol. Se não tivesse saído aquele gol, talvez eu não teria dado sequência", revelou o goleiro, lembrando gol inicial em fevereiro de 97, contra o União São João.

 

Rogério Ceni destaca a importância que teve, no início de sua carreira no São Paulo, a influência de Muricy Ramalho, inicialmente assistente de Telê Santana e depois treinador da equipe, ainda em 1996. "Ele me via treinando todos os dias. Para qualquer coisa na vida tem sempre alguém te olhando. A imprensa dizia que era um absurdo o goleiro bater faltas, tinha um preconceito. O Roberto Rojas, que era meu preparador na época, também me ajudou bastante. Na época não tinha esta riqueza de informações que tem hoje. Não existia internet. Nunca tinha visto o Chilavert bater", contou.

 

Se Muricy incentivou, Mário Sérgio, que treinou o São Paulo em 1998, proibiu as cobranças de falta de Rogério Ceni. Mas o goleiro não guarda rancor do treinador. "Eu gosto muito dele, mas ele chegou com esta ideia fixa na cabeça. Foi um ponto importante na minha carreira, a reprovação de alguém. Poderia me abalar naquele momento, mas para mim foi bom", revelou.

 

Os cem gols só foram possíveis porque cem faltas ou pênaltis foram sofridos pelos jogadores de linha do São Paulo. Entre tantos que ajudaram nessa contagem, Rogério Ceni destaca um: o atacante Aloísio. "Foi meu maior parceiro de gols. Ele gostava muito do contato físico. Provavelmente foi o cara que mais sofreu faltas para esta contagem. Sou muito grato a ele", admitiu.

 

Dos cem gols, o mais importante continua sendo o primeiro. "Não sabia comemorar nem para onde correr. Foi uma grande novidade naquele momento. Poucos esperavam que eu fosse bater, tampouco fazer. E um gol que eu vibrei muito foi contra o River Plate, na Libertadores de 2005, no Morumbi", lembrou.

 

Mesmo artilheiro, Rogério continua sendo um goleiro. E, para ele, o jogo mais importante de sua carreira foi um em que ele não somou gols para a contagem, mas converteu um pênalti, defendeu dois e classificou o São Paulo às quartas de final da Libertadores de 2004. "Um estádio lotado. Depois de dez anos nós voltamos para a Libertadores. Aquele dia eu vi as pessoas chorando, em lágrimas. Eu faço minha parte nesta hora. É um orgulho ir para casa, deitar e ver que venci mais um dia na minha vida. É muito legal ver as pessoas felizes. O futebol propicia as maiores emoções."

 

Rogério Ceni sabe que está marcado na história do São Paulo, mas prefere não comentar sobre o fato de ser considerado por muitos o maior ídolo do clube. "Meu nome será lembrado para sempre. Mas o mais importante do clube? Isso é uma coisa que o tempo vai dizer. Cada década surge novos ídolos que vão fazer sua história. Mas tenho certeza de que as pessoas vão sempre se lembrar do atleta, do nome Rogério Ceni. O São Paulo é minha vida e espero fazer parte da vida de muitos torcedores são-paulinos", finalizou o goleiro.




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