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CAD se apresenta com toda pompa
Derek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
23/04/2013 | 07:36
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André Henriques/DGABC


Se evento de lançamento ganhasse jogo, o Clube Atlético Diadema poderia se considerar desde já um dos quatro times classificados à Série A-3 de 2014. No entanto, com bastante humildade e ambição – principalmente nas palavras do presidente Paulo Lofretta –, o Imperador  realizou ontem grande solenidade na Câmara Municipal, na qual contou com as presenças do ex-presidente do Corinthians Andrés Sanchez, dos ex-jogadores Neto e Serginho Chulapa, do prefeito Lauro Michels (PV) e de vereadores e secretários.

O plenário diademense ficou completamente lotado para a apresentação do elenco que disputará o Campeonato Paulista da Segunda Divisão, que marca o debute da cidade em competições profissionais – e em dose dupla, afinal o Água Santa (que às 16h de hoje, na Prefeitura, apresenta seu grupo), também estará no torneio.

Sob o comando do técnico Ataliba (ex-atacante corintiano), 28 atletas entre 16 e 23 anos – o único acima disso é o zagueiro Eriel, 31 – foram anunciados como o elenco do CAD para o torneio. A maioria vem de outros Estados ou estava disputando as Séries A-2 e A-3 do Paulista, mas dez deles são oriundos da própria base do clube. “Nossa ideia é subir, mas a dificuldade é grande nesse campeonato. São 45 clubes, que têm de contar com atletas abaixo dos 23 anos e nem todo jogador que jogar essa divisão”, destacou Paulo Lofretta.

Tanto CAD quanto Água Santa iniciam a caminhada na Segundona estadual no fim de semana, o que é motivo de exaltação aos políticos da cidade. “Não vamos medir esforços para os clubes chegarem à Série A-3”, destacou Lauro Michels, que não escondeu o desejo para um futuro próximo. “Quero os dois times na Primeira Divisão. Quero ver jogando aqui contra Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos. Traz economia, felicidade e o povo gosta.”

Presidente licenciado da Liga de Futebol Amador de Diadema, o atual secretário de Esportes do município, Antônio Marcos Ferreira, o Marquinhos, destacou o momento histórico do esporte da cidade. “Esta é uma semana muito importante para o futebol de Diadema. Realizamos o sonho do passado que muitos tentaram e não conseguiram. Sucesso ao CAD nessa empreitada, que abrilhante e leve o nome do nosso município a São Paulo e, quem sabe, para todo o Brasil”, destacou.

PADRINHOS

Andrés Sanchez, Neto e Serginho Chulapa acabaram como padrinhos do CAD e, apesar de pouco tempo e espaço para falar, desejaram sorte ao Imperador. “Espero que Diadema possa ir para a Primeira Divisão, porque estou cansado de ver time sem torcida e sem estádio”, cutucou Neto. “Só tenho que parabenizar o prefeito, o presidente e a todos. São heroicos, porque montar clube na estrutura que o País oferece é difícil. O desafio é grande”, emendou Sanchez.

Figurinha carimbada na inauguração dos campos de várzea da cidade, Serginho Chulapa mostrou-se feliz e entusiasmado com a sequência do projeto. “Tem tudo para dar certo. Tudo é possível quando se é organizado, e organização estou vendo aqui. O futebol de Diadema agora é realidade e minha felicidade é grande. Com certeza o clube ganhou mais um torcedor”, concluiu.

ATALIBA

Integrante do projeto do CAD há três anos, o técnico Ataliba se mostrou confiante sobre o futuro do CAD. Sorridente e demonstrando a simplicidade característica, o ex-atacante corintiano a todo instante convidava os presentes a acompanharem os jogos da equipe.

“Estamos com ideias muito boas e espero que tenhamos êxito. Vamos firmes. É uma luta, não será fácil, mas é bom, é gostoso, e com os pés no chão vamos longe”, destacou o treinador, que não quis revelar ou dar pistas do time que estreia sábado, contra o Mauaense. “Ainda é um mistério”, brincou.

Andrés admite chance de presidir CBF

Personalidade mais requisitada durante o evento de apresentação do elenco do CAD, o ex-presidente do Corinthians e ex-diretor de Seleções da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) Andrés Sanchez admitiu a intenção de disputar a eleição para o cargo máximo da entidade. Com apoio do ex-atacante Neto e do presidente da Câmara diademense, Manuel Eduardo Marinho, o Maninho, que o exaltaram, o dirigente explicou que a CBF necessita de sangue novo.

Diversas vezes quando citado como “futuro presidente da CBF” ou “candidato à presidência da CBF”, Sanchez fez gestos negativamente com a cabeça ou com a mão, além de expressão de poucos amigos. No entanto, como é de praxe, não fugiu do assunto quando questionado e foi categórico quanto à possibilidade de um dia assumir o cargo e trabalhar de forma contrária à campanha do presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo del Nero. “Não sou candidato como todos estão dizendo, mas o futebol precisa de gente nova e de mudança. Posso me tornar um dia, mas hoje (ontem) não sou”, explicou Sanchez, que necessitaria da assinatura com aval de oito federações e cinco clubes.

“Meu nome está em discussão, mas para ser candidato não é só querer. Existem trâmites para isso. Tem de ter apoio de federações e clubes. Qualquer cidadão pode ser candidato, mas precisa desta aprovação. Estou com calma, tranquilo em relação a isso, mas trabalhando ferrenhamente contra a candidatura do Marco Polo del Nero. E se os clubes e federações me apoiarem, estarei junto. Hoje (ontem), não sou candidato. Mas para Corinthians, Seleção e CBF não posso falar ‘não’ nunca.”

Estádio motiva discórdia, preocupação e promessas

O Estádio do Jardim Inamar recebe no sábado, às 15h, seu primeiro jogo profissional: o duelo entre CAD (Clube Atlético Diadema) e Grêmio Mauaense. Com capacidade para 5.000 pessoas, está devidamente regularizado para a Segunda Divisão, mas em caso de acesso do Imperador ou do Água Santa, necessitaria de ampliação para 10 mil lugares, conforme prevê o regulamento da Federação Paulista de Futebol. E tal fato causou discórdia, preocupação e promessas durante a coletiva de ontem.

“Se avançarmos à Série A-3, não temos onde jogar. A federação exige 10 mil e já foi grande a dificuldade da Prefeitura em construir 5.000. Se em novembro a gente ficar entre os quatro (que sobem), o que a gente faz? Não depende só do CAD fazer boa campanha ou não, mas da estrutura da cidade”, destacou o presidente Paulo Lofretta. “Temos de discutir esse assunto, porque se não, não adianta subir”, desabafou.

Durante seus discursos, o dirigente e Andrés Sanchez ainda criticaram tal obrigatoriedade aplicada pela entidade que gere o futebol paulista sobre número mínimo de lugares para que um time participe de uma competição. “Dez mil (pessoas) é muito. Vemos jogos de Série A-1 que não levam 2.000, 3.000”, disse o ex-mandatário corintiano.

Questionado sobre os limites do estádio diademense, o prefeito Lauro Michels assumiu compromisso. “A disposição do campo não deveria ser aquela. Geologicamente está comprometido fazer novas arquibancadas a partir daquelas. Temos de achar adaptação para agregar mais 5.000 lugares. Estamos planejando o que fazer ali e mais para o meio do campeonato teremos a visão disso. Preciso do apoio dos dois clubes, de PPPs (Parcerias Público-Privadas) e vamos buscar resolver isso”, prometeu. “Já tivemos muito trabalho em dois meses para resolver o laudo dos bombeiros, fazer adequações no estádio e chegar hoje aqui”, concluiu. DB

 




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