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Andreense brilha no berço do kung fu
Fernando Cappelli
Do Diário do Grande ABC
06/12/2010 | 07:14
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O atleta e professor Luiz Leonardo de Souza, 36 anos, de Santo André, faturou duas medalhas de ouro na quarta edição do Campeonato Mundial de Kung Fu Tradicional, realizado mês passado em Xiang, na China.

Com performances irrepreensíveis na Meca da modalidade nas formas (sequências de movimentos de ataque e defesa pré-estabelecidos), os títulos vieram nas armas médias (facão) e mãos livres.

Realizada a cada dois anos, a competição teve participação de 83 países e 128 delegações. "As conquistas me garantiram a condição de melhor atleta brasileiro do evento. A parte interpretativa de cada golpe foi treinada exaustivamente, e certamente foi diferencial", afirmou.

Oriundo do estilo louva-a-deus e credenciado para disputar a categoria 18 a 40 anos do mundial com as conquistas prévias dos títulos brasileiro e sul-americano neste ano, Souza afiou todos os detalhes dos treinamentos em Campinas, no interior paulista, com a equipe da federação brasileira.

Em território chinês, foi julgado exclusivamente pela visão crítica e severa dos árbitros locais, todos mestres chineses. "Quesitos como coordenação e velocidade são avaliados com rigor redobrado. Costumo dizer que a decisão sempre está entre a absolvição e a pena de morte. Desde o encaixe correto do quadril até a posição da planta do pé, nada escapa dos olhos clínicos dos juízes", comentou o atleta.

Nem mesmo as expressões faciais de cada golpe podem ser deixadas de lado. "Isso é essencial e tem de ser usado de acordo com a intensidade ou respiração. O objetivo é trazer vida para cada movimento", avaliou.

Praticante há 23 anos, Souza é proprietário de academia no Parque das Nações e tem aproximadamente 100 alunos. O sócio Douglas de Médio também participou do mundial e faturou prata e bronze justamente nas mesmas categorias (facão e mãos livres).

Na atualidade, Luiz avalia que a tradicional arte marcial chinesa está relativamente distante da fama adquirida com o boom na década de 1970 alavancada pelos filmes de Bruce Lee. Mas ainda vê como satisfatório o nível de desenvolvimento do kung fu no Brasil. "Mesmo com a arte um tanto escondida na mídia, sempre há feitos de nossos lutadores que merecem destaque", disse.

 




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