A Fifa diz nunca ter visto projeto ampliado do estádio de Itaquera (Fielzão) e não sabe dizer quem pagará por ele. Mas confirmou ontem que será mesmo a escolha para a abertura da Copa do Mundo de 2014.

O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, foi claro em anunciar que quando a CBF e o Corinthians apresentarem o projeto para um estádio com mais de 65 mil lugares ele será aprovado como o palco da abertura da Copa.

"Não vi ainda o projeto? É bonito?", perguntou o número dois da Fifa e, na realidade, o homem responsável pela organização da Copa. "Quantos lugares tem? Se tiver mais de 65 mil está pronto para ser a abertura da Copa", disse Valcke.

O projeto inicial do Corinthians era para um estádio com capacidade para 48 mil lugares, o que não seria suficiente para receber a abertura da Copa e um dos jogos da semifinal. Mas há uma semana a CBF, a prefeitura de São Paulo e o Corinthians anunciaram que haviam fechado um acordo para apresentar um projeto de estádio para 65 mil pessoas.

Questionado sobre quem pagaria pela ampliação em relação ao projeto original de 48 mil lugares, Valcke foi irônico: "Não serei eu". Para um palco de 48 mil lugares o custo seria de R$ 400 milhões. Para um de 65 mil, o valor atingirá R$ 600 milhões. O tom dos comentários e o comportamento de Valcke contrastam com a posição adotada pela Fifa em relação ao Morumbi, que originalmente havia sido o principal candidato para receber a Copa em São Paulo e também o jogo de abertura.

Valcke passou meses dizendo que o Morumbi não cumpria os critérios da Fifa, exigindo uma série de projetos e diferentes modificações. Neste ano, durante a Copa do Mundo, a CBF e a Fifa anunciaram que haviam excluído o Morumbi da competição por falta de garantias financeiras para a execução das obras. Agora essas garantias parecem não ser um obstáculo para o estádio do Corinthians, mesmo que não se saiba nem mesmo quem pagará por ele.

Valcke e o presidente da Fifa, Joseph Blatter, desembarcarão no Brasil em dezembro para fechar os detalhes e fazer o anúncio oficial. Há duas semanas, em Zurique, integrantes do Comitê Executivo da entidade revelaram que já havia um compromisso fechado entre a Fifa e a CBF. A entidade máxima do futebol daria seu apoio a São Paulo e Itaquera e, em troca, haveria um compromisso da CBF de que o estádio ficaria pronto a tempo.

Naquele momento, o vice-presidente Julio Grondona e o guatemalteco Rafael Salgueiro confirmaram que o entendimento havia sido fechado. "Está tudo bem com o Brasil. Não há problema algum", disse Grondona.