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Santo André resgata alma vencedora

Time volta a ser Ramalhão, bate Veranópolis no Bruno Daniel e avança na Copa do Brasil

Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
17/04/2013 | 07:01
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O Santo André voltou a ser Ramalhão. No aumentativo mesmo. Com muita garra e determinação, minou a vantagem do Veranópolis, venceu por 2 a 0 no Bruno Daniel e está classificado à segunda fase da Copa do Brasil, superando não só os gaúchos, mas também a desconfiança da torcida em virtude da fraca campanha na Série A-2 estadual e do revés no primeiro jogo para os reservas do adversário - 1 a 0.

Com a classificação assegurada, agora o clube aguarda definição da CBF sobre data e hora dos jogos contra o Goiás, próximo rival. O primeiro compromisso será no dia 1º ou 8, em Santo André, e o segundo, no dia 15 ou 22, no Estádio Serra Dourada.

No jogo de ontem, o técnico Dedimar promoveu quatro estreias. O goleiro Adilson ganhou a primeira oportunidade no time deixando Rodrigo Viana na reserva. Os recém-chegados Fubá, Luiz Ricardo e Dedé também iniciaram a partida.

Faltava entrosamento e o excesso de passes errados deixava a torcida andreense apreensiva. O nervosismo era evidente. Tanto que em 15 minutos, Fubá e Dedé receberam cartão amarelo. Necessitando devolver a derrota no Sul, o Ramalhão tomou a iniciativa. Aos 11, Élvis cruzou e Luiz Ricardo cabeceou sobre o gol.

O Veranópolis, porém, não viajou a passeio e quase abriu o placar aos 16. Lê tentou e Nequinha salvou sobre a linha. Aos 23, a zaga ramalhina bobeou, Juninho aproveitou, chutou e Adilson defendeu. O goleiro ainda fez boa intervenção em chute de Ednei, aos 30.

No primeiro tempo, foi só, e, num balanço geral, muito pouco para um time que precisava vencer por dois gols de vantagem. E a etapa final começou mal para o Santo André. Aos três, não fosse milagre de Adilson, que defendeu chute à queima-roupa de Edson Borges, o time gaúcho teria marcado.

Mas o Ramalhão cresceu, se impôs e pressionou. Aos sete, George cruzou, Luiz Ricardo cabeceou e a bola saiu rente à trave. O time dominava a partida e na base do abafa, marcou. Aos 25, Jardel surpreendeu ao se apresentar para cobrar falta, soltou a bomba e fez 1 a 0.

Dedimar realizou três mudanças seguidas. Lançou Fábio Santos, Léo Carvalho e Elielton. E o último foi premiado com um golaço. Aos 32, na primeira tentativa, isolou. Mas na segunda, aos 40, fez jogada pela direita, cortou para dentro e bateu por cobertura: a bola morreu no ângulo: 2 a 0.

A partir daí, foi na base do coração. Um gol classificaria o time gaúcho. Mas toda bola que chegava próxima à área ramalhina, era isolada. Ainda deu tempo de Fábio Santos desperdiçar duas oportunidades incríveis.

 

Técnico com sentimento de dever cumprido

Desde que assumiu o Santo André, há quase um mês, o técnico Dedimar manteve o discurso de que trabalharia para resgatar a alma andreense, fundamental nos principais momentos da história do clube. Porém, a eliminação ainda na primeira fase do Paulista da Série A-2 e a derrota para os reservas do Veranópolis no primeiro jogo da Copa do Brasil pareciam mostrar que a missão estava prestes a falhar. O jogo de ontem era a prova final para o comandante e o time, e ambos se saíram bem. Muito bem.

Ao apito final, os jogadores pareciam leves. Alguns corriam sem direção, outros caíam no gramado e os demais se abraçavam. Élvis, por exemplo, foi até a torcida exaltando o escudo andreense na camisa. Dedimar abraçou atleta por atleta e depois aplaudiu a torcida. Demonstrava sensação de alívio e sentimento de missão cumprida.

Quando todos chegaram ao vestiário, reuniram-se. Atletas (inclusive reservas e não relacionados), comissão técnica e diretoria entoaram em alto e bom som o hino do Santo André. Era possível ouvir desde as cabines de imprensa e tiveram a cantoria acompanhada pelos torcedores, que ainda estavam nas arquibancadas. Foi um cenário que há muito não se via por ali.

"Tudo o que nós falamos e trabalhamos neste tempo entre os dois jogos, aconteceu. Hoje (ontem), me orgulho de todos. Até mesmo se não tivesse classificado, daria parabéns a cada um. Passamos imagem boa, positiva. O Santo André precisa desse resgate da alma. Agora, o espírito não pode deixar de ser esse", destacou Dedimar. "Estamos iniciando nova família. Enfrentamos adversário superior, que vive bom momento, ajustado, não perdia há muito tempo, mas nos superamos. Esta não é a equipe ideal, não foi suficiente, mas teve alma e pode tirar essa conquista, essa virada, como exemplo", emendou o técnico.

Durante a coletiva, diversos torcedores desceram à sala de imprensa para parabenizar e abraçar os atletas.

 

Volantes Elielton e Jardel comemoram gols à la Dedimar

Dois gols de volantes. Dois à la Dedimar. A vitória do Santo André sobre o Veranópolis-RS, ontem, foi construída com dois tentos semelhantes ao que o atual treinador ramalhino costumava fazer nos tempos de atleta. Jardel, em forte cobrança de falta, e Elielton, em chute da entrada da área, fizeram o torcedor recordar os anotados pelo ex-capitão.

Após o jogo, a dupla distribuía sorrisos, assim como explicações para os felizes chutes. "Tem que chutar. Minha característica é essa, sair para o jogo e arriscar. A primeira foi longe, mas a segunda entrou. Nos treinos procuro fazer isso e hoje (ontem) eu e o Jardel fomos felizes. O caminho da classificação foi por aí", destacou Elielton. "Foram dois gols bonitos que garantiram nossa classificação", emendou Jardel.

Jardel, aliás, demonstrou um dom que ainda não tinha apresentado com a camisa do Ramalhão. "Quando pintou a falta, falei: ‘Deixa que é minha'. Consegui acertar um belo chute. O Santo André ainda não conhecia essa característica minha, mas por onde passei fiz esse tipo de gol. Estou muito feliz", destacou.

Já Elielton, que foi a campo na segunda etapa no lugar de Fubá, destacou a importância de, mesmo quem está na reserva, entrar com tudo no jogo. "A gente precisa estar preparado, afinal quem começou no banco pode entrar e decidir, como aconteceu", exaltou o meio-campista. "A gente trabalhou forte, pesado. Estávamos todos ansiosos para que esse jogo chegasse. Nosso grupo foi merecedor", concluiu.




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