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Paciente está há 3 anos na fila para retirar hérnia

Desde 2010 ele passa por exames pré-operatórios no Mário Covas

Thaís Moraes
do Diário do Grande ABC
18/04/2013 | 07:00
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Há três anos o autônomo José Barbosa da Silva, 57 anos, espera por uma cirurgia no Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, para retirada de hérnia inguinal, localizada do lado esquerdo da virilha. Enquanto isso, é obrigado a conviver diariamente com as limitações que a doença traz.

Do momento em que acorda até a hora que vai dormir, Silva usa cinta ortopédica cuja função é comprimir a hérnia e evitar que cresça ainda mais. "A minha já está um pouco maior do que uma laranja", preocupa-se.

A saliência aparece quando parte do intestino consegue atravessar orifício que se forma na parede abdominal na região da virilha, seja por falha congênita, perda da força na parede do canal inguinal devido à idade avançada ou por grandes esforços abdominais.

"Em 2010, quando passei por consulta no Hospital Mário Covas, o médico disse que já estava na hora de cirurgia por causa do tamanho da hérnia. Fiz todos os exames pré-operatórios e aguardei contato, mas nada aconteceu", recorda.

Cansado de tanto esperar, em maio do ano passado Silva procurou novamente o hospital e foi encaminhado para uma outra consulta. O médico avaliou o caso e também pediu exames pré-operatórios. "Ele me disse que o procedimento era urgente. O atendimento é excelente, o problema é a administração", critica.

Pela segunda vez o paciente enfrentou uma bateria de avaliações para atestar a possibilidade de cirurgia. "Em 26 de julho entreguei todos os exames para o médico, que os encaminhou para o centro cirúrgico. Agora terei de fazer tudo de novo. Acredito que o que já foi gasto com pré-operatório é mais caro do que a própria operação", avalia.

Hoje Silva está na posição 38 da fila das pessoas que aguardam a cirurgia. Além de não poder executar atividades que exijam esforço, é obrigado a conviver com o incômodo provocado pela cinta. "É ruim, mas prefiro usá-la do que correr o risco da hérnia estourar. Espero que resolvam logo meu problema porque quero voltar a ter uma vida normal", conta.

A direção do Hospital Estadual Mário Covas informou que o caso de Silva não é urgente e que ele está sendo e continuará a ser acompanhado pela equipe de cirurgia geral da unidade, por meio de consultas e exames. O hospital alegou que, assim como ocorre em outros atendimentos públicos e privados, os casos urgentes, em que há risco de morte, são priorizados.




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