Política Titulo Ficha Limpa
Sem consequências

Candidatos do Grande ABC indeferidos pelo TRE com base na Lei Ficha Limpa acreditam que suspensão os afeta

Raphael Di Cunto
Especial para o Diário
25/09/2010 | 07:28
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Os cinco candidatos do Grande ABC indeferidos pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) com base na Lei Ficha Limpa acreditam que a suspensão do julgamento pelo STF (Supremo Tribunal Federal) não afetará suas intenções nas urnas.

O presidente do STF, Cezar Peluso, interrompeu ontem a análise de recurso do candidato ao governo do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PSC), que questionava a validade da lei nestas eleições - o ministro foi contra a legislação.

O julgamento estava empatado em 5 a 5, mas Roriz renunciou ao cargo e colocou a mulher no lugar, o que pode afetar a sentença final. O plenário se reúne quarta-feira para decidir se continua a análise (que se estenderia as outras candidaturas) ou se arquiva o caso e desiste de julgar a Lei Ficha Limpa antes do 1º turno.

‘NÃO É O MEU CASO'
Os políticos da região com ficha suja afirmam estar tranquilos com o julgamento. Todos tentam reverter a decisão no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), etapa que antecede o recurso ao STF. "Tenho absoluta convicção de que serei inocentado. O meu caso é diferente dos demais porque já cumpri a pena", afirmou o presidente do DEM de Santo André, Raimundo Salles, que concorre a deputado estadual e foi condenado por abuso de poder econômico e político nas eleições de 2006, crime que já prescreveu.

Para o ex-prefeito de Mauá Diniz Lopes (PR), que disputa vaga na Assembleia Legislativa, o caso é o mesmo de 2008, quando tentou voltar ao Paço. "Estou seguro que vou poder concorrer", declarou o republicano, que teve as contas da Câmara de 2004 rejeitadas, quando era presidente da Casa.

O ex-vereador de Mauá Chiquinho do Zaíra, que é candidato a deputado federal pelo PMN, acredita que o caso não chegará ao STF. "Meu recurso ainda será julgado pelo TSE", falou. O TCE (Tribunal de Contas do Estado) julgou irregulares as contas do Sama (Saneamento Básico de Mauá) quando Chiquinho era o superintendente.

Outro com problemas com a contabilidade do Sama, o ex-vice-prefeito de Mauá Márcio Chaves (PT), que disputa a deputado estadual, afirma que seu caso não é de ficha suja. "O próprio TCE arquivou meu processo. Eles me condenaram por pagar menos à Sabesp, mas tinha uma medida cautelar que me obrigava a isso."

Vice na chapa do Psol ao governo de São Paulo, o ex-vereador de São Bernardo Aldo Santos (Psol) diz que apoia a lei, mas que a decisão cabe ao povo. "O fundamental é que o eleitor não precisar de tutor (o STF) para decidir por ele", afirmou. Ele foi condenado por usar carro da Câmara em ato do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto).

 




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