Candidatos do Grande ABC indeferidos pelo TRE com base na Lei Ficha Limpa acreditam que suspensão os afeta
Os cinco candidatos do Grande ABC indeferidos pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) com base na Lei Ficha Limpa acreditam que a suspensão do julgamento pelo STF (Supremo Tribunal Federal) não afetará suas intenções nas urnas.
O presidente do STF, Cezar Peluso, interrompeu ontem a análise de recurso do candidato ao governo do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PSC), que questionava a validade da lei nestas eleições - o ministro foi contra a legislação.
O julgamento estava empatado em 5 a 5, mas Roriz renunciou ao cargo e colocou a mulher no lugar, o que pode afetar a sentença final. O plenário se reúne quarta-feira para decidir se continua a análise (que se estenderia as outras candidaturas) ou se arquiva o caso e desiste de julgar a Lei Ficha Limpa antes do 1º turno.
‘NÃO É O MEU CASO'
Os políticos da região com ficha suja afirmam estar tranquilos com o julgamento. Todos tentam reverter a decisão no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), etapa que antecede o recurso ao STF. "Tenho absoluta convicção de que serei inocentado. O meu caso é diferente dos demais porque já cumpri a pena", afirmou o presidente do DEM de Santo André, Raimundo Salles, que concorre a deputado estadual e foi condenado por abuso de poder econômico e político nas eleições de 2006, crime que já prescreveu.
Para o ex-prefeito de Mauá Diniz Lopes (PR), que disputa vaga na Assembleia Legislativa, o caso é o mesmo de 2008, quando tentou voltar ao Paço. "Estou seguro que vou poder concorrer", declarou o republicano, que teve as contas da Câmara de 2004 rejeitadas, quando era presidente da Casa.
O ex-vereador de Mauá Chiquinho do Zaíra, que é candidato a deputado federal pelo PMN, acredita que o caso não chegará ao STF. "Meu recurso ainda será julgado pelo TSE", falou. O TCE (Tribunal de Contas do Estado) julgou irregulares as contas do Sama (Saneamento Básico de Mauá) quando Chiquinho era o superintendente.
Outro com problemas com a contabilidade do Sama, o ex-vice-prefeito de Mauá Márcio Chaves (PT), que disputa a deputado estadual, afirma que seu caso não é de ficha suja. "O próprio TCE arquivou meu processo. Eles me condenaram por pagar menos à Sabesp, mas tinha uma medida cautelar que me obrigava a isso."
Vice na chapa do Psol ao governo de São Paulo, o ex-vereador de São Bernardo Aldo Santos (Psol) diz que apoia a lei, mas que a decisão cabe ao povo. "O fundamental é que o eleitor não precisar de tutor (o STF) para decidir por ele", afirmou. Ele foi condenado por usar carro da Câmara em ato do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto).
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