A Caixa Econômica Federal estima que sua carteira de crédito imobiliário ultrapassará R$ 70 bilhões neste ano. A projeção é da presidente da instituição financeira, Maria Fernanda Ramos Coelho. Segundo a executiva, o mais importante é que não se trata de acontecimento sazonal ou isolado, mas sim de um ciclo virtuoso sustentável.

Conforme balanço divulgado ontem pela instituição financeira, o volume aplicado em habitação em 2010, até o dia 3, soma R$ 47,6 bilhões. Além de recorde, o montante é equivalente a todo o volume atingido no ano passado (R$ 47,05 bilhões). Se a comparação for com o mesmo período de 2009, o volume de crédito registrou salto de 87,6%. O total aplicado no setor habitacional até setembro também é mais do que o dobro do registrado em 2008, de R$ 3,3 bilhões.

A presidente da instituição atribuiu o aumento à política habitacional do governo e a boa conjuntura econômica do País. "São os fundamentos macroeconômicos em relação ao trabalho e a renda das famílias, que possibilitam que a gente tenha essa perspectiva não só para 2010, mas também o prosseguimento disso nos próximos anos", declarou Maria Fernanda.

EMPRÉSTIMOS DIÁRIOS
O número de contratos assinados neste ano com o banco é de 773.247, indicando expansão de 86,2% em relação ao total atingido no mesmo período do ano passado.

Atualmente, a instituição financeira empresta por dia mais de R$ 278,5 milhões para a casa própria, com mais de 4.500 contratos assinados diariamente. A Caixa é responsável por 52% dos recursos destinados ao mercado de crédito imobiliário.

Do total aplicado pelo banco estatal, R$ 21,4 bilhões tiveram como fonte de recursos a caderneta de poupança e R$ 20,7 bilhões são do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). O restante vem de outras fontes.

Minha Casa atinge 630 mil contratos
A Caixa Econômica Federal informou ontem que o programa Minha Casa, Minha Vida atingiu 630.886 contratos assinados em âmbito nacional desde o seu lançamento, em abril do ano passado, no valor de R$ 35,85 bilhões.

O montante corresponde a 63% da meta. No dia 6, a instituição também registrava 418.860 propostas em análise. Considerando apenas 2010, o número de contratos assinados corresponde a 355.358 unidades no valor de R$ 21,8 bilhões.

Do total contratado desde o lançamento do programa, 292.229 unidades (46%) atenderam a faixa de renda de até três salários-mínimos, enquanto 65.191 unidades (10%) contaram com recursos do OGU (Orçamento Geral da União). No mesmo período também foram financiadas 196.649 unidades (31%) pelo programa para famílias com renda de três a seis salários, enquanto 76.817 (12%) atenderam a faixa de renda de seis a dez salários.

A expectativa da instituição é de entregar mais 101.494 habitações até o fim do ano.(Da AE)