Os principais fundos de pensão de funcionários de estatais do País, como Petros (Petrobras), Funcef (Caixa) e Previ (Banco do Brasil), querem criar FIP (Fundo de Investimento em Participações) para entrar no projeto do trem-bala que ligará Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. A informação é do diretor-geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), Bernardo Figueiredo.

Segundo ele, a ideia é que o FIP não participe do leilão marcado para 16 de dezembro, mas que se una ao consórcio vencedor, após a licitação.

"Eles querem se associar ao vencedor se a proposta do consórcio atender às suas exigências de rentabilidade", afirmou Figueiredo.

Segundo Bernardo Figueiredo, a associação dos fundos apenas após o leilão aumenta a competitividade da disputa.

O FIP dos fundos de pensão pode ainda abrigar outros investidores "puros", segundo Figueiredo. Ou seja, sócios do projeto que não venham a atuar como construtores ou operadores.

ESTADO - A presença dos fundos de pensão de estatais, sobre os quais o governo exerce forte influência, aumenta, de certa forma, a presença do Estado no projeto do trem-bala. O governo já anunciou que criará estatal para participar do empreendimento, batizada de ETAV (Empresa de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade), que deverá ter 33% da SPE (Sociedade de Propósito Específico) a ser constituída pelos vencedores do leilão.

A exemplo dos fundos de pensão, a ETAV não disputará a licitação e vai se associar aos vencedores.

O investimento na construção do trem-bala foi estimado pelo TCU(Tribunal de Contas da União) em R$ 33,1 bilhões. A linha terá extensão total de 511 quilômetros, sendo 99 quilômetros no trecho entre Campinas e São Paulo e 412 quilômetros entre São Paulo e Rio de Janeiro.