Economia Titulo Autopeças
Sindicatos já articulam comissão de autopeças

Setor corre risco de perder cerca de 100 mil vagas, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, por conta da abertura do mercado

Leone Farias
Paula Cabrera
06/08/2010 | 07:16
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As centrais sindicais que representam o setor de autopeças se articulam para montar comissão que, segundo eles, evitará a perda de 100 mil postos de trabalhos do segmento. A partir da próxima semana os sindicatos vão escolher os integrantes da equipe de trabalho. Os líderes já comemoram os primeiros resultados e afirmam que a reunião com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, ocorrida anteontem, atendeu aos propósitos.

"Foi um avanço importante e estamos com boa expectativa sobre a comissão. O ministro apresentou dados que mostram que a situação já tem melhorado, que a perda de postos está sendo estancada", diz o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, Cícero Martinha.

O setor corre o risco de perder cerca de 100 mil vagas, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, por conta da abertura do mercado para importações de moldes e peças usados vindos, principalmente, da China. Hoje, são 264 mil postos no País, destes, 26 mil na região, 12 mil deles entre as indústrias de Mauá e Santo André. O segmento é o segundo que mais empresa no Grande ABC, ficando atrás apenas das montadoras.

"Queremos formar a comissão o mais rápido possível. O ministro pediu alguns dados do setor e ainda não conversamos com todos, mas queremos que isso aconteça no início da semana", alerta Martinha.

ADAPTAÇÃO
Enquanto sindicatos ainda articulam a comissão, as fabricantes de veículos procuram se adaptar para atender à medida do governo, que estabelece a retirada gradual (até maio do ano que vem) do desconto de 40% na tarifa de importação de autopeças adquiridas pelas montadoras.

Segundo o presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Cledorvino Belini, deve ocorrer aumento de custos, que serão repassados ao preço dos carros. Ele avalia ainda que existem componentes que poderão ser produzidos dentro do País. "Mas existe um ciclo longo para a nacionalização", afirma.

Belini acrescenta que peças importadas cujo valor é 40% menor do que as nacionais continuarão a ser trazidas de fora, mesmo com o fim do redutor (o desconto).

Isso embora ele assinale que as fabricantes sempre procuram priorizar a produção brasileira de peças. "Sem dúvida tudo que se pode produzir aqui é melhor, para não ficar dependendo dos portos, do desembaraço aduaneiro", completa.




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