Economia Titulo Equipamentos
Indústria de máquinas deve investir R$ 8,9 bi
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
25/02/2010 | 07:00
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A indústria nacional de máquinas e equipamentos deve crescer neste ano, em média, entre 15% e 20% em faturamento e ampliar em 20% o valor de investimentos em relação a 2009, de acordo com projeção da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos).

A estimativa da entidade é que serão R$ 8,9 bilhões investidos pelas empresas do setor em 2010, dos quais boa parte disso (R$ 5,6 bilhões) será diretamente em maquinários, para modernização, atualização ou ampliação da capacidade produtiva.

Segundo o presidente da associação, Luiz Aubert Neto, um dos fatores para esse impulso - e também para o aumento das vendas - deverá se dar com a ajuda do Finame (Financiamento de Máquinas e Equipamentos) que faz parte do PSI (Programa de Sustentação do Investimento), do governo federal.

Linha de crédito do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico) criada especialmente para estimular a atividade produtiva em meio à crise financeira global, esse Finame - que tem juros de 4,5% ao ano - duraria até dezembro de 2009 mas foi prorrogado até 31 de junho deste ano.

Aubert Neto acrescenta que eventos como a Copa do Mundo de 2014, a Olimpíada de 2016 e o atual programa Minha Casa, Minha Vida também são fatores favoráveis, pois mexem com a cadeia produtiva da construção civil, que "tem uma capilaridade muito grande".

PREOCUPAÇÃO - Apesar das estimativas otimistas, os dados de janeiro não foram tão animadores para o segmento e acenderam sinal de alerta para a Abimaq. No mês passado, as vendas somaram 4,63 bilhões, 26% menos que em dezembro.

Normalmente, nesse mês há queda, mas não de forma tão expressiva. Aubert Neto avalia que pode ter sido um ponto fora da curva. "Em fevereiro e em março, (o faturamento) deve melhorar", cita.

Mesmo com a perspectiva de recuperação, o dirigente considera a retração preocupante para o crescimento neste ano. E algumas questões, como a invasão da concorrência chinesa em algumas áreas (por exemplo, de válvulas para a indústria do petróleo) justificam os receios de perda nas vendas.

Em relação à área de válvulas, o governo editou recentemente medida provisória que prevê, em um de seus artigos, que as refinarias podem importar equipamentos com tarifa zero, mesmo que o item tenha similar nacional.

Aubert Neto cita que já houve conversas com o governo federal, que teria prometido retirar esse artigo da MP. "Mas estão enrolando, isso já faz 15 dias".




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