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Padroeira dos Navegantes atrai 1,5 mil

Imagem da santa protetora dos que navegam pelos rios e
mares viajou de S.Bernardo a Diadema ontem pela Billings

Tiago Dantas
Do Diário do Grande ABC
08/02/2010 | 07:34
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A procissão de Nossa Senhora dos Navegantes começou em São Bernardo ontem de manhã, cruzou a Represa Billings e só terminou em Diadema no fim da tarde. Ao todo, cerca de 1.500 pessoas acompanharam a imagem em diferentes momentos do percurso, segundo a organização do evento religioso.

As festividades em homenagem à santa protetora daqueles que viajam pelos rios e mares, começou às 9h. Cerca de 600 pessoas acompanharam missa na Paróquia São João Batista, no Riacho Grande, em São Bernardo. Foi a primeira celebração do frei Nilson à frente da paróquia. "Fico muito feliz de chegar a essa comunidade em um dia tão solene", afirmou durante a missa.

Os fiéis saíram em cortejo atrás da imagem da santa e percorreram as ruas do bairro. O padre Odair Ângelo Agostin, da Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes de Diadema, puxava o coro usando um megafone. A cada trecho da procissão, a santa era carregada por um grupo de católicos, um deles era o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT).

"O Dia de Nossa Senhora dos Navegantes, o primeiro domingo de fevereiro, entrou para o calendário oficial de festejos de nossa cidade neste ano. Temos potencial para transformá-lo numa data tradicional em São Bernardo, como em Diadema", disse Marinho.

Programada para sair ao meio-dia, a travessia da Represa Billings atrasou cerca de uma hora porque a escuna que levaria a santa quebrou. Enquanto o barco não era consertado, os fieis ouviam um grupo de moda de viola tocar ao lado da Prainha do Riacho Grande.

O barco partiu às 13h10, parou nas marinas da região e chegou ao Acampamento dos Engenheiros, em Diadema, pouco antes das 17h. Dez pescadores foram proibidos pela Guarda Ambiental de acompanhar o passeio porque estavam com a documentação vencida e não tinham todos os equipamentos de segurança.

No bairro Eldorado, onde fica a Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, cerca de 900 pessoas seguiram a parte final da procissão e acompanharam a missa do padre Odair às 19h.

Aposentada ficou 60 anos sem ver festa

A primeira vez que a aposentada Margarida Catarina da Conceição, 76 anos, acompanhou uma procissão de Nossa Senhora dos Navegantes foi em 1950, na cidade de São Francisco (MG). Depois disso, ela teve que se mudar e ficou 60 anos sem ter contato com a tradição. O jejum foi quebrado ontem quando Margarida, moradora de São Caetano, decidiu ir ao Riacho Grande, em São Bernardo, assistir às festividades religiosas.

"Foi uma festa muito bonita. Ontem eu estava com dor nas pernas, porque tenho osteoporose, mas deu para andar o caminho todo", afirma a aposentada, que vestiu roupa rosa e sapatos novos para a procissão.

Já a caseira Savelina da Silva Vieira, 64, conhecida como Nina, está acostumada com os festejos. Ela frequenta a procissão há quatro anos e tem uma imagem de Nossa Senhora dos Navegantes dentro de casa, no Riacho Grande. "Vim agradecer e pedir para Nossa Senhora abençoar todo esse povo que trabalha aqui na prainha", diz a caseira.

A devoção à Nossa Senhora dos Navegantes foi trazida ao Brasil pelos navegadores portugueses e espanhóis no século 15. Maria era vista como protetora das tempestades e demais perigos que o mar e os rios ofereciam, por isso os navegadores pediam sua bênção para chegarem vivos em casa.




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