O Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) construirá uma ETA (Estação de Tratamento de Água) na região do Parque do Pedroso. A autarquia ampliará a produção própria de água potável de 5% para 25% do volume total consumido pela cidade, o que proporcionará tarifa mais barata e solução da intermitência no abastecimento em bairros mais altos.

Em entrevista exclusiva ao Diário, o superintendente do Semasa, Sebastião Ney Vaz Júnior, diz que a expectativa é de que as obras tenham início em outubro. O equipamento deve ser finalizado em 2015 e demandará investimento de R$ 89 milhões, oriundos de financiamento junto à Caixa Econômica por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do governo federal.

"Estamos retomando projeto antigo, pensado na gestão do ex-prefeito Celso Daniel (1997 a 2002) quando recebemos outorga do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado) para captar água do Rio Pequeno, um dos braços da Represa Billings", explica Ney Vaz. Segundo ele, os recursos financeiros foram garantidos em 2008 pelo Ministério das Cidades, na gestão João Avamileno (2002 a 2008). A iniciativa, no entanto, estava parada.

Hoje, a maior parte do abastecimento de água em Santo André - 95% do total - é feita mediante compra de água da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). O recurso hídrico é captado dos sistemas Rio Claro (que abastece 74% do município) e o Rio Grande (20%). Os 5% restantes são produzidos na ETA Guarará, inaugurada em 1943.

Com o aumento da produção própria de água, a expectativa é que os munícipes paguem menos pelo consumo do recurso natural na cidade a partir de 2015. A tarifa mínima mensal de água hoje é de R$ 9,04 com acréscimo que varia de R$ 0,23 a R$ 6,93 por metro cúbico de água consumida para residências. "Ainda não é possível prever o quanto a conta será barateada porque isso depende de estudo", justifica o superintendente do Semasa.

DRENAGEM

Os problemas relacionados ao sistema de drenagem do município também demandam atenção. Além da canalização do Córrego Guaixaya, no Parque Novo Oratório, outro desafio é solucionar os constantes alagamentos na parte baixa da Vila América.

Para o Córrego Guaixaya serão investidos R$ 34 milhões por meio do PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento). A ação está prevista para começar em outubro e ser entregue em até 18 meses.
Já em relação à Vila América, Ney Vaz revela não ter projeto específico para a área. "Sabemos que obras de drenagem são muito caras. Vamos ter de pensar numa solução", destaca.
Sobre as cheias na região central, o superintendente acredita que o trabalho de manutenção seja suficiente.

Capacidade do aterro municipal se esgotará em 8 anos 

O Semasa inicia em julho processo de avaliação de alternativas para destinar as cerca de 700 toneladas de resíduos úmidos coletados em Santo André por mês. A capacidade do aterro municipal, na Cidade São Jorge, se esgotará daqui a oito anos.

A ação é necessária para planejar o futuro, segundo o superintendente do Semasa. "Acredito que a solução será se alinhar às alternativas já apresentadas, como a usina de incineração de São Bernardo."

A autarquia depende de aval da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) para ampliação do equipamento público até dezembro, em 40 mil metros quadrados. "Queremos destinar 100% do lixo da cidade para lá até o fim do ano", destaca. Com isso, haverá economia de R$ 20 milhões por ano com o fim do uso do aterro particular Lara, em Mauá.