A presença de torcedores no Prudentão decepcionou. Por causa do alto preço dos ingressos, apenas 18.752 foram ao clássico - caberiam facilmente no Palestra Itália. Foi o pior público nestes três confrontos entre Palmeiras e Corinthians disputados naquele estádio este ano. No duelo do Paulistão (Ronaldo marcou o primeiro gol pelo Alvinegro), lá estavam 44.479 pessoas. No primeiro turno, 29.977 torcedores viram os três gols de Obina.

Nas duas circunstâncias, o ingresso mais barato custava R$ 30. No domingo, saía por R$ 50. E o mais caro, o de cadeira cativa, a R$ 250 - quase a metade de um salário mínimo. "Não acho que o estádio ficasse assim pelos preços dos ingressos, mas atribuo isso à situação do Corinthians, que não aparece nas primeiras posições", observou o vice-presidente do Palmeiras, Gilberto Cipullo.

Os dois clubes distribuíram a renda total de R$ 740.200,00 em 80% para o mandante (Palmeiras) e 20% para o visitante (Corinthians), segundo acordo entre ambos no início do Campeonato Brasileiro, No primeiro turno, os números chegaram a R$ 867.035,00. Houve a mesma proporção ao mandante Corinthians e ao visitante Palmeiras.

No domingo, num ambiente quase solidário, compareceram poucas torcidas organizadas - Prudente situa-se a quase 600 quilômetros da Capital. O clima entre elas era bem amistoso. Os dois lados chegaram juntos ao Prudentão. As mulheres puderam circular normalmente na entrada e na saída. A família Mescoloti, recepcionada pelo amigo Hugo. percorreu seis horas viagem de Piracicaba até Presidente Prudente para ver o dérbi.

"Ele comprou os ingressos para a gente e arrumou um lugar na casa dele", contou a corintiana Denise (mãe da turma), que dividiu a bandeira puxou a filha Patrícia para abrira a camisa alvinegra. "Nunca imaginávamos viver esse momento. Tínhamos receio da violência", contou Denise, que provocava o marido Eduardo (enrolado na bandeira alviverde). "Antes, brigávamos. Depois do rebaixamento, ela se acalmou", zombou Eduardo.