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Falta ambulância nos prédios públicos

Morador das setes cidades que passar mal em prefeituras, câmaras e fóruns não terá garantia de atendimento rápido

Evandro Enoshita
Tiago Dantas
06/10/2009 | 08:05
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Quem passar mal dentro de um prédio público do Grande ABC não tem garantia de atendimento médico rápido. De 15 edifícios visitados pelo Diário ontem, entre prefeituras, câmaras de vereadores e fóruns, nenhum tinha ambulância de plantão ou desfibrilador. Enfermarias foram encontradas em dois locais e havia pessoal treinado para dar os primeiros socorros em outro. Na maioria dos casos, porém, em vez de oferecer pronto atendimento, funcionários respondem espantados. "Você acha que isso aqui é primeiro mundo?", disse uma mulher em São Bernardo.

Cabe ao Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) socorrer quem passa mal dentro da maior parte das repartições públicas da região. E a demora para a ambulância chegar, em alguns casos, pode ser fatal. Dados do HCor (Hospital do Coração) mostram que a chance de salvar um paciente com ataque cardíaco diminui 10% a cada minuto que se leva para atendê-lo.

Em Santo André, não há ambulatórios para a população que passa diariamente por Prefeitura, Câmara dos Vereadores e Fórum. A sede do governo possui um posto médico apenas para funcionários.

A situação é semelhante em São Bernardo. A proximidade de hospitais e a impossibilidade de deixar uma ambulância de plantão são justificativas da Prefeitura. No Fórum, a sala de perícias médicas pode ser usada para atendimentos básicos, segundo Elizabeth Medina Capelari, diretora de serviços administrativos.

A Prefeitura e a Câmara de São Caetano também não dispõem de atendimento médico. A administração municipal respondeu que o Espaço Verde Chico Mendes, onde fica o Paço Municipal, tem enfermeira de plantão e ambulância.

O prédio da administração municipal de Diadema não tem enfermaria, equipamentos de ressuscitação ou ambulância. Segundo a Prefeitura, o prédio "conta com o acompanhamento das unidades de Saúde do município." Na Câmara, a impossibilidade de se manter uma ambulância foi abordada. Já o Fórum, encaminha os casos para o Samu.

Os moradores de Mauá que passarem mal no Fórum e na Câmara também dependem do socorro do Samu. A presidência da Câmara planeja a construção de uma enfermaria. O Tribunal de Justiça, responsável pelos fóruns da região, não respondeu. (colaborou Willian Novaes)

Legislativo de Santo André tem quatro socorristas treinados

Três prédios públicos oferecem primeiros-socorros à população: a Câmara de Santo André, o Fórum de São Caetano e a Prefeitura de Mauá.

Na Câmara de Santo André, quatro funcionários fizeram curso de socorrista. O prédio tem maca e cadeira de rodas para o caso de alguém passar mal.

No Fórum de São Caetano, uma enfermeira de plantão atende funcionários e público. Há remédios e aparelho para medir pressão na sala em que ela dá expediente todos os dias.

Funcionários da Prefeitura de Mauá confirmam a existência do ambulatório, mas a Prefeitura não permitiu a entrada do Diário.




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