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Ladrões fazem buraco na parede para roubar comércio
Evandro Enoshita
Do Diário do Grande ABC
22/09/2009 | 07:21
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Em pouco mais de dois meses, os comerciantes da Avenida São Bernardo, na Vila Luzita, em Santo André, já foram vítimas por seis vezes de ladrões que, em vez de arrombar portas ou telhados, preferem derrubar paredes para invadir os estabelecimentos.

O primeiro furto ocorreu em 19 de julho, quando foram levados bilhetes de loterias e R$ 22 mil em dinheiro de uma casa lotérica. Os criminosos fizeram um buraco na parede dos fundos do estabelecimento para entrar.

O segundo ataque aconteceu quatro dias depois, quando um salão em reforma e um açougue tiveram as paredes arrebentadas. Na ocasião, o alarme da casa de carnes disparou, e o pintor Alexandre Aparecido Santos, 29 anos, acabou preso em flagrante. Nesse dia, nada foi roubado.

A detenção do pintor, entretanto, não representou o fim dos ataques. Vinte dias depois, o salão em reforma sofreu nova invasão. Foram levadas as ferramentas dos pedreiros que trabalhavam no local. Dessa vez,.o dono do salão não registrou queixa na polícia.

Após essa ocorrência, a situação parecia ter se acalmado, até que no dia 9 deste mês, a lotérica foi novamente alvo dos ladrões. De novo, eles abriram um buraco na parede dos fundos, a cerca de um metro do local onde haviam perfurado da outra vez. O bando levou R$ 14 mil e mais bilhetes de loteria.

A última ocorrência foi na madrugada de ontem. Os criminosos derrubaram a parede da lotérica exatamente no mesmo local do dia 9. O prejuízo, agora, foi de R$ 6.000. Dona do estabelecimento, Carolina dos Santos, 32, já não sabe mais o que fazer. "É arrumar o cofre para eles voltarem. Já coloquei alarmes e câmeras, mas eles arranjam um jeito de driblar o sistema."

Os comerciantes acreditam que o bando tenha entrado por uma viela com acesso pela Avenida Capitão Mário Toledo de Camargo. Aproveitando-se da falta de movimento na via, o grupo usa marretas para derrubar as paredes.

Polícia - Delegado titular do 6º DP há 15 dias, Sérgio Simionato destacou que o número de furtos é um dos grandes problemas da região da Vila Luzita.

Até o momento, a polícia não tem pistas dos criminosos. As suspeitas são de que essas ações foram realizadas por uma mesma quadrilha.

Muro reforçado é solução encontrada por dono de doceria

Proprietário do salão comercial atacado duas vezes nos últimos dois meses, o comerciante Carlos Aparecido Gaspar, 51 anos, viu na construção de um muro reforçado a única alternativa para frear as tentativas de furto.

"Tive que utilizar tijolos estruturais, e depois colocar vergalhões, da mesma forma que se faz uma coluna de cimento. Gastei o dobro do que usaria se fosse construir um muro comum”, destacou Gaspar, proprietário de uma doceria no bairro há oito anos.

Mas mesmo quando os criminosos conseguiam entrar, havia muito pouco o que roubar. “Trabalho com produtos de baixo valor agreagado”, explicou. Ao constatarem que não havia objetos de valor dentro do estabelecimento, a quadrilha se contentava em estragar a mercadoria. “Era muito comum eu encontrar os produtos espalhados, ou abertos, pelo chão.”




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