Os rostos não são muito diferentes dos que a torcida se acostumou a incentivar nos últimos anos, mas a Seleção Brasileira Feminina de Basquete experimenta um recomeço. E o primeiro teste desta nova era começa quarta-feira, na Copa América, em Cuiabá (MT). Os três primeiros colocados garantem vaga no Mundial da República Tcheca, em 2010.

A ex-jogadora Janeth, auxiliar do técnico Paulo Bassul, acredita no sucesso do projeto implantado. "Temos duas metas: conseguir a vaga e sermos campeãs, e acho que vamos atingir as duas", garante. Depois de 21 anos defendendo a camisa do Brasil em quadra, a ex-ala vê nos bastidores as marcas das mudanças.

"Estão remodelando o projeto a médio e longo prazo", explica, comparando a situação atual com seu tempo de jogadora. "A ajuda de custo (às jogadoras) é quinzenal, elas não têm mais de esperar um mês para receber. A equipe tem seguro, que antes não tinha, e o contrato estava pronto já no primeiro dia. Pela primeira vez fomos tratadas à altura do que merecemos", diz, referindo-se à estrutura de treino montada em Barueri.

A reformulação começou com a eleição de Carlos Nunes presidente da CBB e Hortência no comando do departamento feminino. As caras novas em postos-chave ainda não se repetem na seleção, que resgatou veteranas como Helen e Alessandra para reforçar o grupo.

Mas isso não preocupa Janeth, que considera os retornos a ponte que faltava para se evitar destino semelhante ao da seleção dos Jogos Olímpicos de Pequim-2008, que ficou sem oito veteranas e terminou na décima posição com apenas uma vitória.

"Karen, Palmira, Fran... Estas meninas vão jogar ao lado de atletas experientes e isso é muito bom. De repente foi esta referência que faltou (em Pequim) e não queremos que isso se repita."