A maioria dos prefeitos do Grande ABC pretende adotar a obrigatoriedade de execução do Hino Nacional nas escolas municipais. Ontem, durante os desfiles cívicos de 7 de Setembro, eles disseram que a medida seria importante para a formação das crianças, por isso apoiam o projeto de lei do deputado Donisete Braga, PT de Mauá. A proposta já foi aprovada na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Assembleia e agora vai a plenário.

O prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PTB), elogiou o projeto. "Apoio a iniciativa. É importante para que os alunos tenham o espírito cívico. Em muitas de nossas escolas, os alunos já cantam semanalmente o Hino Nacional."

Em Santo André, o prefeito Aidan Ravin (PTB) concorda com a obrigatoriedade. "É importante, pois além de cantar, os alunos saberão a letra corretamente. Algumas escolas já têm a prática, mas outras, devido a falta de aparelhagem adequada, ainda não. Faremos verificação para facilitar a execução em todas."

Oswaldo Dias (PT), de Mauá, não quis comentar o projeto. Para a secretária de Educação da cidade, Margaret Franco Freire, a proposta é essencial. "O Hino é um patrimônio nacional", ressaltou a secretária, que planeja iniciar discussão sobre o tema em 2010.

"Apoio a idéia de cantar o Hino nas escolas para fortalecer o conhecimento dos alunos. Em Ribeirão Pires, as diretorias fazem os alunos cantaram os hinos da cidade e do Brasil", disse o prefeito de Ribeirão Pires, Clovis Volpi (PV).

Mário Reali (PT), chefe do Executivo de Diadema, pretende adotar o Hino nas escolas municipais. "Mas não adianta decorar. As crianças têm de entender", afirmou.

Só o prefeito de Rio Grande da Serra, Adler Kiko Teixeira (PSDB), foi contrário à medida. "O amor pela Pátria e a cidadania devem vir do coração." O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), não foi encontrado para comentar a proposta.

Idoso se emociona com comemoração
Marcela Munhoz
Do Diário do Grande ABC

Além dos pais que foram ao desfile de 7 de Setembro para curtir a participação dos filhos no evento, também houve pessoas que foram à comemoração como maneira de homenagear a Pátria.

"Foi emocionante. É muito importante as pessoas participarem. Eu não voto mais, porém, ainda pratico o civismo", disse a aposentada Maria José de Oliveira, 69 anos, que desfilou pelo grupo da terceira idade na cidade de Mauá.

Para a estudante Cristina Moraes, 15, o evento teve um gostinho especial. Ela participa do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil. “Estou muito feliz. Há dois anos estava catando papelão, hoje me sinto uma cidadã.”

A emoção também contagiou a estudante alemã Annika Meuche, 19. Ela está fazendo intercâmbio no Brasil e desfilou com o grupo de capoeira. Ela comparou o evento com a realidade que encontra em seu país. “Na minha cidade, no Norte da Alemanha, não tem desfile cívico. Senti uma energia muito positiva aqui. Os brasileiros são muito alegres.”, elogiou a estudante.