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Após pressão, Mauá aprova taxa da luz

Secretário de Governo vai à Câmara e, depois de reunião com vereadores, contém parlamentares rebeldes

Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
02/09/2009 | 07:49
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A pressão do secretário de Governo de Mauá, José Luiz Cassimiro, colocou fim à rebeldia dos vereadores governistas que haviam votado contra a regulamentação da CIP (Contribuição sobre Iluminação Pública) na semana passada. Na plenária de ontem, o Legislativo aprovou por 11 votos a quatro a cobrança da taxa, que chegou a ser sancionada em 2003, mas nunca foi efetivada.

Pela nova lei, as contas de luz passarão a incorporar valores que variam de R$ 6,29 para residências até R$ 21,81 para indústrias. Estarão isentos contribuintes que consumam menos de 80 quilowatts por mês. A Prefeitura não divulgou quanto deve ser arrecadado com o imposto.

Diante da dificuldade na aprovação da primeira votação, Cassimiro, braço direito do prefeito Oswaldo Dias (PT), compareceu à sessão de ontem e, após a suspensão dos trabalhos, reuniu-se com a base aliada para controlar o descontentamento dos parlamentares na votação.

Depois do encontro, a oposição, que conseguiu arrebatar dois votos de governistas durante a primeira apreciação, perdeu aliados. Ozelito José Benedito (PSB) mudou de lado e votou contrário à proposta.

"Neste momento, o partido precisa de mim e posso precisar do partido em breve", justificou. Nos bastidores a informação era de que o socialista temia perder cargos no governo. Adimar José da Silva, o Edmar da Reciclagem (PSDB), que também foi contrário na primeira votação, faltou à plenária e não justificou a ausência.

Cincinato Freire (PSDC) e Roberto Rivelino, o Professor Betinho (PSDC), que na semana passada votaram a favor mas anunciaram que analisariam a proposta mais a fundo, confirmaram o apoio à administração petista . "Descobri que de cerca de 5.500 municípios no País, 4.000 cobram taxa de iluminação pública. Do Grande ABC, Mauá é a única que não cobra o tributo. Isso trará maior segurança", explicou Betinho.

Sem a maioria, a oposição tentou convencer que a aprovação da taxa provocaria desgaste político. "Tem gente que vai acabar com a carreira política a troco de nada. Sei que tem vereador que faz parte da sustentação e que é contra a taxa. Não aprovem nada apenas porque o chefe mandou", disse Silvar Silva Silveira (PV).

O discurso do parlamentar provocou protestos dos governistas. Cincinato, Luiz Alfredo dos Santos Simão (PSB) e Ivann Gomes, o Batoré (PP), usaram a tribuna para se defender e esquentaram ainda mais o clima no plenário.

"Tem vereador que fala que acabaremos com nossa carreira se formos favoráveis, mas esquecem-se que no passado, também votaram no projeto. E apoiaram o governo anterior. Por que não justificam aqui a falta de remédios, os buracos no asfalto, a dívida de R$ 217 milhões?", questionou Batoré.

A fala do humorista desencadeou série de troca de acusações, só acalmada após o presidente da Câmara, Rogério Santana (PT), suspender a sessão por cinco minutos.




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