O filho do casal, de 16 anos, conta que viveu momentos de terror nas mãos dos vigilantes terceirizados, contratados pela cervejaria. "Ficamos com muito medo. Quando eles tiraram a gente da estação, já sabia que ia apanhar muito", recorda.

O menor conta que um dos momentos de maior pavor foi quando o amigo, ainda dentro da empresa, gritava pelo companheiro e dizia que iria morrer. "Eu tinha acabado de pular e tinha me machucado muito. Ele não conseguiu pular logo porque foi mordido pelo cachorro. Só depois que ele conseguiu se soltar, mas já estava muito machucado. Fiquei assustado porque estava ouvindo os tiros, mas não estava vendo nada. Não sabia para onde eles estavam atirando."

Para ele, os 30 minutos em que permaneceram com os seguranças da empresa se transformaram em uma eternidade. "Eles diziam a toda hora ‘vocês não têm medo de morrer?'."

Nos trilhos entre a Mooca e o Brás, muitos vagões passaram. "Era muito perto. Vinham dos dois lados e a gente tinha de ficar desviando deles. Tivemos de andar bastante até chegar na estação." Ainda com medo, diz que dificilmente chega em casa depois das 22h30.

O adolescente, que ironicamente trabalha como pintor de parede, afirma que se arrependeu da aventura. "Pichação nunca mais."