Política Titulo Diadema
Sem interessados, Câmara apela à contratação direta

Câmara de Diadema vai mudar o plano de saúde dos vereadores e servidores públicos efetivos e comissionados

Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
22/08/2009 | 08:22
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A Câmara de Diadema vai mudar o plano de saúde dos vereadores e servidores públicos efetivos (concursados) e comissionados (em cargos de confiança). Após duas tentativas frustradas em um prazo de 70 dias, licitação e pregão eletrônico em que nenhum interessado compareceu, a contratação da nova empresa será feita de forma direta prevista em lei, mas com questionamentos jurídicos.

O contrato tem de ser assinado, no máximo, até terça-feira, de acordo com o presidente da Câmara, Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT). "Do contrário, os funcionários poderão ficar descobertos de plano de saúde", afirmou.

A Unimed do ABC, operadora de saúde privada que prestou o atendimento por 12 anos no Legislativo de Diadema, rescindirá o contrato dia 31.

O motivo da desistência, segundo Maninho, é que a empresa não teria mais interesse em trabalhar com o setor público. O que também foi confirmado por Jacques Chasyna, secretário de Administração e Finanças que acumula a função de diretor do Gabinete da Presidência.

O vereador José Francisco Dourado (PSDB) justificou a saída pelo fato de a operadora ter elevado o valor da mensalidade. "Praticamente dobrou o preço, mas na penúltima reunião com os vereadores ficou decidido que a Câmara aguardaria uma proposta da Unimed", afirmou o tucano, que desconhecia a contratação de uma nova empresa.

A Unimed ABC informou que a extinção do contrato ocorre em razão de os prazos legais para prorrogação terem se esgotado, inclusive o emergencial feito por um ano.

De acordo com o secretário de Administração e Finanças, duas empresas estão com os contratos sendo analisados. Ele não quis revelar os nomes, mas informou que são de São Paulo. "São 381 vidas seguradas, além de duas extensões (um servidor e uma mulher de funcionário que fazem tratamento de câncer) conveniadas na Câmara", afirmou. Os valores variam entre R$ 360 (enfermaria) e R$ 425 (apartamento).

Vereador oposicionista à gestão do prefeito Mário Reali (PT), Célio Lucas de Almeida, o Célio Boi (PSB), afirmou não saber o motivo da troca da operadora. "Não tenho convênio. O meu é o Quarteirão da Saúde (equipamento público municipal de especialidades médicas)", afirmou. Alguns de seus assessores parlamentares, no entanto, pagam pelo convênio.

O socialista estranhou o fato de a contratação estar sendo feita sem licitação. "Vou fiscalizar isso", ressaltou.

Em janeiro, a Câmara Federal gerou polêmica entre os deputados pela decisão da mesa diretora mudar o plano de saúde dos funcionários sem licitação.




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