Política Titulo Secretária de Educação
Manifestantes pedem a saíde de Cleuza Repulho

Sabatina com secretária de Educação de São Bernardo foi
tumultuada, com apitaço e bate-boca entre os vereadores

Rogério Santos
Do Diário do Grande ABC
27/03/2013 | 07:32
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André Henriques/DGABC


A oposição voltou a pedir a saída da secretária de Educação de São Bernardo, Cleuza Repulho, que esteve ontem na Câmara para dar esclarecimento sobre sua atuação na Pasta. A gestão tem sido alvo de críticas de munícipes e educadores.

A titular chegou ao Legislativo sem fazer alarde. Mas bastou começar a falar para ser interrompida por manifestantes com narizes de palhaço que vaiavam, gritavam e exibiam cartazes com as mensagens: "Fora!" "Cadê os uniformes?".

Durante a plenária, o vereador Pery Cartola (PPS) pediu que Cleuza volte para Santo André, onde ela atuou na mesma Pasta entre 2005 e 2008, na gestão do prefeito João Avamileno (PT).

"Secretária, faça uma auto-análise de sua gestão. A Educação nessa cidade está na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e sem previsão de alta", disse Pery. Cleuza rebateu com ironia. "Vereador, eu não nasci em São Bernardo, mas o senhor também não", rebateu. Por ironia do destino, Pery é natural de Santo André.

Mas o clima esquentou mesmo quando Osvaldo Camargo (PPS) pediu o afastamento de Cleuza da Secretaria de Educação, ao contestar a declaração do parlamentar Luiz Francisco da Silva, o Luizinho (PT), que havia elogiado a atuação dela na cidade.

Osvaldinho falava na tribuna da Câmara quando foi impedido por Ramon Ramos (PDT), que tirou o microfone do oposicionista. Na sequência, se desentendeu com Luizinho e o entrevero só não terminou em briga por causa da ‘turma do deixa disso'.

 

TUMULTO

A plenária foi tumultuada, com bate-boca entre vereadores e entre munícipes que estiveram no plenário da Casa. O forte esquema de segurança inibiu a possibilidade de conflito, limitado a agressões verbais.

As constantes interrupções levaram o presidente da Câmara, Tião Mateus (PT), a intervir. Por duas vezes ele ameaçou expulsar manifestantes do plenário.

 

EXPLICAÇÕES

A secretária reconheceu que atas de preços da administração municipal foram usadas no esquema fraudulento de licitações na cidade de Londrina, no Paraná, mas minimizou o caso. "As atas foram liberadas como estavam, mas não temos como fiscalizar o uso desses documentos", justificou.

Cleuza Repulho foi questionada pelo líder da bancada do PPS, Julinho Fuzari, sobre a paralisação do edital para compra de uniformes escolares determinada pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado). "O tribunal entendeu fazer essas considerações e suspendeu o edital. Mas cabe recurso (à decisão) e nós o encaminhamos", explicou.

 

Perguntas de munícipes ficam sem resposta da titular

 

Embora tenha explanado sobre sua gestão na Secretaria de Educação e respondido perguntas de vereadores, Cleuza Repulho deixou a Câmara ontem sem atender questionamentos de munícipes.

Quando iniciou a plenária, o presidente da Câmara, Tião Mateus (PT), disse que o público poderia encaminhar perguntas por escrito para Cleuza, após as dos vereadores, mas depois de três horas de explanação, nenhuma questão direcionada à secretária foi lida.

"Havíamos pedido (para usar a Câmara) até as 17h. Além disso, havia perguntas sobre uniforme escolar, merenda. Consideramos que era desnecessário fazer tudo de novo e levar mais duas horas", alegou Tião Mateus.

O tempo de duração da plenária não foi divulgado no início dos trabalhos.

 

 




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