Impossibilitado de treinar por conta do temporal que caiu na cidade, o São Caetano terá de fazer valer a teoria para superar o XV de Piracicaba, às 19h30, no Anacleto Campanella, pela 15ª rodada do Campeonato Paulista. As duas equipes passam por momento difícil e precisam dos três pontos para escapar do rebaixamento. O Azulão é o 17º, com dez, e o adversário o 14º, com 14.Segundo o técnico Ailton Silva, a não realização do treino prejudica e muito sua equipe. "Faríamos trabalho tático baseado no jeito que o adversário joga. Agora vai ser só na teoria, conforme o que expliquei a eles (jogadores) no quadro. Não tem outro jeito", lamentou.Embora avalie que o XV é tecnicamente superior ao União Barbarense, adversário da rodada anterior, Ailton não imagina o adversário se lançando ao ataque. "É outro tipo de jogo. O Barbarense se preocupou só com a parte tática. O XV é uma equipe mais postada e mais técnica. É partida melhor de ser jogada."O treinador estima, porém, que a equipe de Piracicaba não vai se expor e jogar de igual para igual com o São Caetano. "É desafio decisivo para os dois lados, será mais uma partida muito difícil. Temos de ficar atentos, porque certamente ficarão fechados, esperando um erro para surpreender nos contra-ataques."Ailton Silva comemora o fato de a equipe ter melhorado a performance defensiva e não ter sofrido gols nos últimos dois jogos, contra União Barbarense e Ituano. Ele avalia que isso ocorreu porque a equipe está mais aplicada taticamente. "E também porque o Fábio (goleiro) recuperou a boa fase. Digo a eles (atletas) que ao não tomarmos gols ficamos mais perto da vitória, pois isso nos dá mais tranquilidade para buscarmos os resultados".O treinador só tem uma dúvida: se começa a partida com Rivaldo ou Pedro Carmona no ataque. O XV, que encerrou jejum de sete jogos ao bater o Sorocaba fora de casa, está motivado. A equipe terá dois desfalques, o meia Diguinho, contundido, e atacante Léo Mineiro, suspenso.
Fabinho revela cobrança coletiva
A cobrança coletiva tem ajudado o São Caetano a reagir gradualmente no Campeonato Paulista. O time não perde há três jogos e não sofre gols há dois. No entanto, ainda é o 17º colocado, com apenas dez pontos, e luta contra o rebaixamento."Quando cheguei, há cerca de um mês, notei que a equipe estava cabisbaixa, os jogadores falavam pouco em campo por conta dos maus resultados. Agora mudou, todos se cobram e se doam uns pelos outros. Isso tem feito a diferença, imagino", disse o volante, titular desde que foi contratado.Por conta da experiência adquirida ao longo dos anos pela passagem por grandes equipes, entre as quais o Corinthians (onde conquistou o título estadual, em 2003, sob o comando do ex-técnico Geninho), Fabinho se tornou espécie de líder em campo, tanto que é o capitão do Azulão. No entanto, ele descarta o título."Acho que agora somos 11 líderes dentro de campo, todos falam, ajudam a posicionar o outro. Quanto à braçadeira de capitão, para mim não muda nada, porque sempre tive este estilo de falar bastante com os colegas dentro de campo. Independentemente de quem seja o capitão, o importante é que a equipe agora é mais comunicativa dentro de campo."Para Fabinho, embora também esteja em situação delicada no torneio, o XV de Piracicaba deve jogar fechado no Anacleto Campanella."Vão se fechar e tentar surpreender nos contra-ataques. Mas não temos de pensar nisso. Temos de fazer nosso jogo e impor nosso ritmo para vencermos mais esta partida e sairmos da zona de rebaixamento."O lateral-direito Samuel Santos, que tem entrado no segundo tempo nos últimos jogos, também avalia que o astral melhorou com a boa sequência - três jogos sem derrotas - e não espera o adversário no ataque. "A referência que temos deles é o jogo com o Corinthians. Mesmo em casa se fecharam e atuaram no contragolpe. Temos de ficar ligados."