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Gripe: famílias improvisam para cuidar de crianças
Vivian Costa
Do Diário do Grande ABC
05/08/2009 | 07:42
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Com as férias prolongadas nas creches e escolas por causa da gripe suína, mães e pais têm de se virar para trabalhar e deixar as crianças em segurança. Muitos apelam para vizinhas, irmãs, cunhadas e avós.

A auxiliar de enfermagem Josefa Cristiane Rodrigues da Cruz, de Diadema, afirma que quando trabalha 12 horas por dia, quem cuida de seus filhos de 5 e 12 anos é a vizinha. "Quando trabalho à noite, meu marido é quem cuida deles."

A diarista Maria Neusa Souza, de Diadema, cuida da neta de 6 anos quando a filha trabalha. "Minha filha também é diarista. Como eu trabalho apenas duas vezes por semana e tenho um horário mais flexível, revezo com ela para cuidar da minha neta."

A mãe de Maria Vanuza da Silva Teixeira, de São Bernardo, também cuida da neta para que a filha trabalhe. "Não tenho como deixar minha filha de 3 anos sozinha, e como não dá para deixar de trabalhar, minha mãe me socorre."

Ao contrário de atrapalhar, o prolongamento das férias ajuda Maria Carliani dos Santos Silva, 14, de Santo André. Como ela ganhou alguns dias de folga antes da volta às aulas, aproveita para ganhar uns trocados ao cuidar da sobrinha de 3 anos, com supervisão de sua mãe. "Minha irmã precisa trabalhar, mas como a creche está fechada, topei cuidar da minha sobrinha."

Custo alto - Maria Conceição Nunes cuida dos quatro sobrinhos para que a cunhada Solange Aparecida Nunes trabalhe, em Santo André. "Não tenho como pagar para cuidarem deles. Se eu fosse pagar, teria que desembolsar entre R$ 100 e R$ 150 por criança, o que é inviável, porque ganho um salário mínimo", afirma Solange, que trabalha como catadora de material reciclável.

A diarista Claudenice Braz, em Santo André, tem revezado o trabalho com a irmã. "Minha mãe não pode cuidar dos quatro netos ao mesmo tempo. Por isso, quando eu trabalho, minha irmã fica em casa para cuidar de seus filhos e minha mãe cuida dos meus."

Natália Cristina Pereira afirma que a mãe, que trabalha como empregada doméstica, deixa seu irmão de 9 anos sozinho no apartamento porque não tem com quem deixá-lo. "Ele se vira bem, as vizinhas cuidam um pouco também, mas ele não mexe no fogão. Quando saio do trabalho, passo lá para vê-lo", afirma ela, que mora com o pai.




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