Esportes Titulo Fórmula 1
Guerra política ameaça futuro da F-1
Flavio Gomes
Especial para o Diário
10/07/2009 | 07:31
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A briga entre equipes e FIA parece não ter fim. A guerra foi reaberta quarta-feira em Nürburgring, onde hoje começam os treinos para a nona etapa do Mundial de F-1. O anúncio do delegado da FIA Charlie Whiting na reunião do Grupo Técnico de Trabalho, de que os oito times da associação de equipes não estão oficialmente inscritos no Mundial de 2010, provocou o recomeço da crise política na F-1.

Estas equipes, as dez participantes do campeonato menos Force India e Williams, foram informadas que não teriam direito a voto nas questões relacionadas ao regulamento do ano que vem. Isso provocou a saída de todas elas da reunião.

Mas, de acordo com a federação, não deveria ser assim. Em um comunicado oficial emitido ontem, a FIA garantiu que a Fota já sabia antecipadamente de todas as decisões tomadas durante o encontro.

De acordo com o documento da federação, Max Mosley procurou lembrar Luca di Montezemolo, presidente da Fota e da Ferrari, de que qualquer mudança no regulamento para o Mundial de 2010 precisava da aprovação unânime dos cinco times que entraram no campeonato com as regras publicadas. Segundo a FIA, o contrato feito com Williams, Force India, Manor, Campos e US F1 incluía esta cláusula, assim como está descrito no Código Desportivo Internacional, e nem mesmo o Conselho Mundial pode mudar este quesito.

Por isso, seguiu o comunicado, cabia às cinco escuderias aprovar as mudanças anunciadas na reunião que selou a paz provisória na F-1, no dia 24 de junho, que mantinha as regras deste ano para 2010. E, de acordo com a FIA, "a Fota tentar sugerir que só foi avisada disso no encontro feito ontem, o que não é verdade."

A federação não comentou o fato de que emitiu comunicado, após o encontro em Paris no mês passado, que colocou os oito times da Fota no Mundial, e disse que os Grupos Técnicos Esportivo e de Trabalho são, por ora, compostos apenas pelas cinco escuderias com inscrições para 2010.

A FIA também informou que, ao contrário do que ela própria havia confirmado, um novo Pacto da Concórdia está sendo feito, e não apenas o acordo de 1998 será reordenado para os próximos meses.

O mais curioso é que não há grandes divergências entre FIA e Fota quanto ao regulamento de 2010, exceto por uma questão ligada ao peso mínimo dos carros. Há, sim, mais uma briga de egos e poder. A federação segue querendo garantias, por escrito, de que mesmo sem o teto orçamentário que ela havia proposto os times se comprometam a reduzir seus gastos aos níveis do início dos anos 1990. E, até agora, esse comprometimento ainda está apenas no discurso, e não no papel.




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