Como no passado recente, a comunidade da Vila Sacadura Cabral, em Santo André, se mostrou contrária à instalação no bairro das duas unidades da Fundação Casa para internação de crianças e adolescentes em conflito com a lei.

Assim como em 17 de outubro de 2007, quando a população se organizou para afastar da vizinhança a construção dos prédios, os moradores prometem realizar novas manifestações se o governo do Estado insistir em utilizar para este fim a área da antiga EE Professor José do Prado Silveira.

O Diário mostrou ontem com exclusividade que a Fundação Casa desistiu de esperar que a Prefeitura de Santo André realize a limpeza do terreno ao lado do viaduto Cassaquera, que foi doado para receber as unidades, e voltou para a antiga opção na Vila Sacadura Cabral.

Ontem à tarde, o retorno do projeto para o bairro era o assunto nas calçadas em frente das residências mais próximas da antiga escola. Segundo o relato dos moradores, passeatas e outros movimentos de protesto poderão ser organizados.

"Parece que não conversaram seriamente sobre outras áreas e sempre souberam que acabariam fazendo aqui", afirmou a aposentada Leonilda Franco, 65 anos, que trabalhou na unidade de ensino desativada.

"Entendo que o terreno não é adequado porque moram muitas pessoas ao redor e existe uma creche ao lado", reclamou a artesã Sonia Fiorotto, recordando o dia em que os moradores se deram às mãos e fizeram uma corrente para impedir a construção.

Assessor de gabinete do prefeito Aidan Ravin (PTB), Luiz Zacarias de Araújo Filho disse que a informação foi inesperada. "Já havia projetos sociais e de educação para toda aquela área. Agora, vem essa bomba, que pegou todo mundo de surpresa." O assessor não conseguiu conversar ontem com o prefeito para tratar a respeito do assunto, mas sentiu a reação da comunidade.

"Recebi cerca de 40 ligações, fora aqueles que vieram me procurar pessoalmente. Estão todos bastante apreensivos com essa situação", disse.

Procurada pela reportagem, a Prefeitura não se manifestou sobre o assunto.