Economia Titulo Crise
Bancos Centrais veem insucesso de planos de recuperação
29/06/2009 | 07:06
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O mundo já gastou 5% do seu PIB para enfrentar a pior crise nos últimos 60 anos. Mas as autoridades alertam: os pacotes de recuperação não estão dando resultados esperados, não se sabe quando a recuperação ocorrerá e governos estão sendo lentos na reforma do sistema bancário. Nove meses depois da eclosão da crise, os mesmos reguladores que deveriam ter fiscalizado o mercado continuam perplexos e reconhecem que não entendem como é que o sistema financeiro que "parecia perfeito" entrou em colapso.

Esses são alguns dos resultados do relatório anual do BIS (Banco de Compensações Internacionais), que conclui amanhã sua assembleia anual com todos os BCs do mundo apelando para que o trabalho de corrigir as falhas no sistema seja acelerado. O BIS quer que governos e bancos centrais dêem sinais claros de que estão comprometidos com essa reforma. Seu recado é claro: os pacotes de resgate estão mal elaborados, incrementam os riscos, os governos estão demorando para limpar os bancos e não existe ainda

uma estratégia de saída.

Para o BIS, de nada adianta trilhões de dólares para manter a economia em funcionamento se o sistema financeiro não for reformado. "A habilidade dos pacotes de gerar uma recuperação sustentável é ainda uma questão aberta", diz o BIS. "As ações políticas têm sido insuficientes em restaurar a saúde do sistema bancário", alerta. O modelo de atuação dos governos não estaria corrigindo os problemas de base no setor financeiro, criam déficits perigosos e aumentam certos riscos. "Não temos outra alternativa senão primeiro reparar o sistema financeiro e depois reformá-lo", apela o BIS. "Esse será um processo longo. Mas não temos escolha. Terá de ser feito", diz a instituição em um apelo aos BCs e aos governos.

Na Basileia, a entidade foi criada exatamente como uma espécie de banco central dos bancos centrais, encarregado de monitorar a situação financeira internacional, tudo o que eles não fizeram nos últimos anos de expansão da economia. Agora, pedem que cada um faça sua parte para reparar os danos.




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