Quando o assunto é o término da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) em junho, o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, não quer considerar a possibilidade da não renovação do benefício pela segunda vez - inicialmente, iria somente até março, tendo sido prorrogado por mais três meses.

"Acredito que o bom senso deva prevalecer. E ele pede o prolongamento da redução do IPI", afirmou, durante coletiva de inauguração da Indústria do Conhecimento do Sesi Mauá.

Segundo Skaf, esta foi a medida que, de certo modo, ajudou a indústria paulista a registrar recuperação. "Houve uma melhora bastante tímida, mas pelo menos os resultados pararam de piorar."

Ele citou que, de outubro a março - período mais crítico da crise financeira internacional, e dos reflexos mais agudos no País - a queda do PIB (Produto Interno Bruto) foi diminuindo. "No quarto trimestre de 2008 tivemos um recuo de 3,6%. Já no primeiro trimestre deste ano a retração foi de 0,8%." As perdas, portanto, foram menores.

E isso graças à medida do governo, que permitiu uma manutenção na indústria automotiva. De fato, com a medida, boa parte dos estoques foi absorvida pelo mercado interno e houve leve retomada na produção de veículos.

Porém, o presidente da Fiesp defendeu que a redução do IPI deve ser levada para outros setores - neste mês também se encerra o benefício para a linha branca. "É um meio de levantar a economia, aquecer o mercado e diminuir o desemprego", que, ao menos na indústria, permanece elevado.

"Hoje (ontem) mesmo saiu a pesquisa de emprego e desemprego na indústria, apontando saldo negativo de 3.500 postos de trabalho. Os dois saldos anteriores (7.500 vagas em março e 19 mil em abril) só foram positivos por conta da indústria sucroalcooleira. Agora que o período de safra acabou, os índices voltaram a ficar negativos", justificou. "E isso serve como alerta".