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Enem define 1.780 vagas na região
Vanessa Fajardo
16/06/2009 | 07:39
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Pelo menos 1.780 vagas nas duas universidades federais do Grande ABC serão preenchidas por meio do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) que a partir do próximo ano funcionará como sistema unificado de seleção ao Ensino Superior público. As inscrições estão abertas e podem ser feitas pela internet até 17 de julho.

A maior oferta (1.500 vagas) será da UFABC (Universidade Federal do ABC) que adotará o novo modelo do Enem como fase única de seleção. No campus Diadema da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), que a princípio receberá mais 280 alunos, o critério de seleção dependerá do curso escolhido pelo candidato. Para Ciências Químicas e Farmacêuticas, Farmácia e Bioquímica, Química e aos dois novos cursos: Ciências Ambientais e Licenciatura Plena em Ciências, o Enem será utilizado como fase única. No caso de Ciências Biológicas e Engenharia Química, o exame será a primeira etapa do processo.

Ambas as universidades trabalham com a hipótese de aumentar a oferta de vagas em relação ao ano passado. A UFABC informa que a quantidade de vagas para os bacharelados em Ciência e Tecnologia e em Ciências e Humanidades e a distribuição entre os campus de Santo André e São Bernardo serão definidas em reunião do conselho no próximo dia 30. A Unifesp comunica que a oferta dos novos cursos Ciências Ambientais e Licenciatura Plena em Ciências deve aumentar o total de vagas oferecidas no ano passado (280), porém a definição só será anunciada no fim de julho.

Com a proposta do MEC (Ministério da Educação) de transformar o Enem em sistema unificado de seleção, a avaliação passa a ter 180 questões sobre quatro áreas do conhecimento: linguagens, ciências da natureza, humanas, matemática, além de redação. A prova ocorrerá em dois dias: 3 e 4 de outubro. O aluno poderá disputar vagas em até cinco universidades diferentes, independente do local da residência.

As Fatecs (Faculdades de Tecnologia) vinculadas ao governo do Estado e universidades particulares não têm obrigação de utilizar o Enem como processo de seleção.

Para a estudante Fernanda de Castro Oliveira, 18 anos, candidata a uma vaga na UFABC, a mudança vai tornar o processo mais concorrido. "Porque estudantes de outros Estados terão mais facilidade de concorrer às vagas daqui. Mas por outro lado teremos mais foco ao fazer apenas uma prova. Antes tínhamos o Enem e vários outros vestibulares."

A candidata ao curso de Medicina, Mayara Domingues, 21, também está confiante. "Fiz cursinho por um bom tempo e sei que a prova exige mais interpretação. Estou preparada."

Nova prova não deve ser democrática

Educadores ouvidos pelo Diário acreditam que o objetivo do MEC com a mudança do Enem - de democratizar o acesso às universidades federais - não será contemplado. Para eles, o novo modelo vai repetir a fórmula existente hoje que privilegia os "alunos de ponta" e exclui os que refletem o Ensino Médio de má qualidade.

"O Enem vai se tornar um vestibular de grande porte. O aluno bem preparado continua com as mesmas chances de antes. Se o novo Enem viesse aliado a mais investimento na Educação, perfeito. Mas assim o resultado continua o mesmo", aponta Clayton Ferreira de Figueiredo, coordenador pedagógico do Singular Anglo Santo André.

A professora da Faculdade de Educação da Unicamp (Universidade de Campinas) Maria Marcia Sigrist Malavasi acredita que o Enem possa ser um indicador da qualidade do Ensino Médio. "A ideia de usar a nota do Enem é mais democrática, mas o Ensino Médio precisa melhorar. Hoje só os alunos de classe média e elite conseguem o acesso ao Ensino Superior. Creio que a mudança deva acontecer nos próximos anos, neste teremos apenas uma manutenção dos modelos anteriores."

Até as 16h45 de ontem, no primeiro dia de inscrição do Enem, 107 mil estudantes haviam se habilitado a fazer a prova. No ano passado, 28.846 alunos do Grande ABC participaram do exame.




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