Política Titulo Mauá
Articulação de Cassimiro vira alvo de reclamação da Câmara
Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
10/06/2009 | 07:11
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A relação entre a Prefeitura de Mauá e a Câmara não vai bem das pernas. Após tentativa de tirar o poder do Legislativo - com apresentação de projeto de emenda à Lei Orgânica do Município que possibilita a administração fechar convênios sem a necessidade de enviá-los aos vereadores -, o prefeito Oswaldo Dias (PT) tem encontrado dificuldades em aprovar propostas em caráter de urgência.

A situação se agravou ontem, quando o secretário de Saúde, Paulo Eugenio Pereira Junior, compareceu à Casa para pedir aprovação do projeto que deve determinar a terceirização do Hospital Doutor Radamés Nardini (veja reportagem na página 1 do caderno Setecidades).

Segundo vereadores de sustentação, a má articulação feita pelo secretário de Governo, José Luiz Cassimiro, responsável pela interface com a Câmara, tem azedado ainda mais a relação entre os poderes. "O descontentamento é generalizado, não dá pra esconder. E o prefeito tem de pensar em alguém que tenha sensibilidade e jogue a favor dos vereadores. Isso é uma Casa de Leis, e não tem sido respeitada. Ele (Cassimiro) nem apareceu hoje (ontem) aqui", reclamou o vereador Ivanildo Gomes, o Batoré (PP).

O progressista alegou que um dos motivos que tem irritado a bancada é que Cassimiro tem optado por reunir-se apenas com os quatro vereadores petistas para explicar projetos do Executivo. "Ele (Cassimiro) tem de colocar na cabeça que só os vereadores do PT não conseguem aprovar nada", justificou.

Alem de Batoré, outros vereadores que compõem a bancada governista reclamam da atuação de Cassimiro. Roberto Rivelino Ferraz, o Professor Betinho (PSDC), reiterou a situação, mas atenuou o caso. "Acredito que o secretário de Governo está sobrecarregado. A Prefeitura vinha em um momento complicado e é humanamente impossível que ele, sozinho, possa resolver tudo."

Edgar Grecco (PDT) e Osvanir Stella, o Ivan (PSB), defenderam nova postura do articulador. "Acho que ele tem de aprimorar a relação com os 17 vereadores. É o papel do governo fazer articulação e não se pode pensar só na governabilidade. Temos de ouvir todos, porque é aí que se norteia a Câmara com o Executivo", afirmou Edgar.

O vereador petista Marcelo Oliveira negou a divergência na base aliada. "O que aconteceu é que os vereadores não entenderam direito o projeto, porque quando está tudo certo, sempre votamos sem problema nenhum."

Procurado, o secretário de Governo não foi encontrado até o fechamento desta edição.




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