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São Paulo aposta na partida de abertura da Copa de 2014

Cidade confia em sua tradição no futebol e na qualidade do Morumbi para dar o pontapé inicial

Anderson Fattori
Especial para o Diário
01/06/2009 | 07:10
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Capital dos negócios e o principal destino de visitantes da América do Sul, São Paulo era carta marcada na escolha da Fifa. Agora, a cidade quer trazer a abertura do Mundial para o Morumbi. O principal desafio é a mobilidade urbana. O governador José Serra diz que o município terá condições de resolver os problemas.

"Seremos capazes de preparar os jogos, com base nos R$ 33 bilhões que teremos à disposição." O presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, não tem dúvidas. "Certamente, o Morumbi será o estádio da abertura", cravou.

Em Brasília, estão previstos mais de R$ 3 bilhões em investimentos. Os três principais projetos são: reforma do Mané Garrincha (R$ 600 milhões); ampliação do aeroporto Juscelino Kubitschek (R$ 500 milhões); e a construção do sistema de Veículo Leve sobre Trilhos, estimada em R$ 1 bilhão.

Cuiabá vai investir R$ 350 milhões na revitalização do Estádio José Fragelli, o Verdão, que terá capacidade para 48.453 espectadores, todos instalados em assentos cobertos. Curitiba projeta investimento de R$ 4 bilhões, com ênfase ao transporte coletivo.

Fortaleza quer reforçar sua imagem de destino turístico. Ainda não foram divulgados os valores que serão investidos. Porém, o secretário estadual do Esporte, Ferruccio Feitosa, garante que 50% das obras necessárias na capital cearense estão em andamento.

Em Manaus, dinheiro não seria problema. É o clima instável que preocupa. As chuvas fazem parte do calendário de quase um semestre e, geralmente, prejudicam obras. Por isso, dizem os responsáveis, será preciso trabalhar "noite e dia" nos períodos secos.

Natal é a cidade do País mais próxima da Europa e aposta em sua vocação turística. Também tem problemas no transporte, mas promete apostar na implementação de um sistema interligando os principais acessos. Túneis e viadutos serão construídos, assim como nova rede de esgoto.

Em Porto Alegre, a vantagem é não ter de investir no estádio, já que o Beira-Rio é de propriedade do Internacional, que possui projeto próprio. A cidade destinará os recursos na infraestrutura e também irá ampliar o policiamento, iluminar parques, revitalizar o centro e treinar os profissionais que vão atender os turistas.

A proposta de Recife prevê os jogos da Copa fora da cidade, em São Lourenço da Mata, a 22 quilômetros da capital pernambucana, onde será construído novo estádio, com capacidade para 46.154 torcedores.

Por fim, Salvador tenta apagar a má impressão causada pela tragédia da Fonte Nova, que deixou sete mortos em 2007. O governo prevê melhorias em áreas como saneamento (R$ 304 milhões) e hotelaria (R$ 708,6 milhões, de 15 empresas privadas). (com AE)

Maracanã deve ter chance de se redimir da tragédia de 1950

Há um acordo silencioso entre todos os setores do futebol - do Sobrenatural de Almeida, criação de Nelson Rodrigues, ao espírito mais poderoso do futebol brasileiro, personalizado na figura de Ricardo Teixeira, presidente da CBF - de que o Maracanã deve ter uma segunda chance.

Para os nostálgicos ou os filhos e netos dos que se espremeram entre 200 mil pessoas em 1950 e deixaram o Maracanã com os corações adormecidos, minutos após a maior tragédia esportiva sofrida pelo Brasil, é chegada a hora de uma contagem regressiva que vai durar cinco anos.

O novo Maracanã, reformado, vistoso e deslumbrante, vai custar caro. Seriam mais R$ 430 milhões para adaptar o estádio às exigências da Fifa. Não será a primeira reforma: os cofres públicos derramaram R$ 150 milhões para adequá-lo aos Jogos Pan-Americanos de 2007. E, desde 1999, com várias outras intervenções, o palco consumiu outra quantia razoável: R$ 150 milhões.

Para adaptar a cidade, que já recebeu um banho de loja para o Pan, serão necessários investimento em torno de R$ 4 bilhões em mobilidade e transportes, geração de energia, urbanização e projetos ambientais, como a despoluição da Baía de Guanabara.

Belo Horizonte quer abertura e centro geral de imprensa

Belo Horizonte tem planos ambiciosos para a Copa. A capital mineira quer receber o jogo de abertura e pretende também abrigar o centro geral de imprensa, mas enfrenta problemas como a falta de infraestrutura viária adequada e a carência de vagas na rede hoteleira. O Mineirão passará por ampla reforma que deve mantê-lo fechado por um tempo.

As estimativas não oficiais indicam que as obras poderão custar entre R$ 500 milhões e R$ 1 bilhão. A intenção do governo estadual, dono do estádio, é atrair investidores da iniciativa privada. As chamadas parcerias público-privadas são também as apostas para a ampliação do metrô da capital, a principal intervenção viária para melhorar o fluxo do trânsito.

Para o secretário estadual de Esportes, Gustavo Corrêa, a questão hoteleira é mais complicada, "porque depende mais da iniciativa privada." Segundo ele, o governo mantém conversas com um grupo privado para a construção na Zona Norte da capital de uma espécie de Vila Olímpica, no mesmo conceito da Vila Pan-Americana do Rio. "Proporcionaria a abertura de 3.000 a 4.000 novas vagas hoteleiras e depois poderia ser explorada pelas empresas responsáveis", defende Corrêa.




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