Política Titulo Reunião
Governo tenta conter rebelião do PMDB
05/05/2009 | 07:36
Compartilhar notícia


Preocupado com a rebelião do PMDB, que começou a votar contra o governo no Congresso e a pedir mais cargos para apoiar a candidatura da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao Palácio do Planalto, em 2010, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou uma reunião de emergência com dirigentes do partido ontem à noite.

Antes do encontro, Lula mostrou contrariedade com as pressões feitas por algumas alas do PMDB, que exigem a revisão das demissões na Infraero, mais cargos em estatais e até um assento permanente na coordenação política do governo para o partido não dar dor de cabeça no Congresso.

Lula chamou para a conversa o presidente da Câmara, Michel Temer (SP), e os líderes do PMDB e do governo na Câmara e no Senado. Disse aos auxiliares que queria "entender" o motivo da rebeldia peemedebista e saber por que motivo o partido se aliou ao DEM, impondo uma derrota ao governo, na semana passada, durante a votação da Medida Provisória de renegociação da dívida previdenciária dos municípios.

O presidente ficou "abismado", nas palavras de um assessor, ao saber que um grupo do PMDB já está de olho até mesmo na cadeira do ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro (PTB), o articulador político do Planalto. Lula sabia apenas que o PT cobiçava o cargo de Múcio.

"Posso assegurar que o ministro Múcio está muito bem, está sólido", afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, logo após participar da reunião da coordenação política do governo. "Não estou sabendo de nenhuma pressão. No que depender do PT, Múcio continua firme e forte", completou o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci.

Refis - Um dos temas da reunião da coordenação política foi justamente a difícil negociação em torno da Medida Provisória aprovada na semana passada pelo Senado, que contém o quarto grande programa de refinanciamento das dívidas tributárias federais desde o ano 2000. "O governo não quer fazer um novo Refis, mas está buscando um entendimento, já que o pleito é da base aliada", argumentou Mantega.

Apesar de estar preocupado com o troco do PMDB, Lula garantiu que não vai rever as demissões na Infraero. As dispensas atingiram afilhados políticos de peemedebistas, como o irmão e a cunhada do líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), que também participou do encontro com Lula. Monica Azambuja, ex-mulher do líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), também foi demitida.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;