Setecidades Titulo Pedofilia
Pais são os principais agressores
André Vieira
Deh Oliveira
27/03/2009 | 07:49
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A análise dos atendimentos prestados pelo Crami (Centro Regional de Atenção aos Maus Tratos na Infância do ABCD) revelou um número preocupante, que se repete em outros locais, e também foi verificado no Grande ABC. "Esse é um dado que se confirma nacionalmente, e na região não é diferente: o pai biológico é a pessoa que mais abusa de crianças e adolescentes", afirmou a coordenadora técnica Lígia Vezzaro Caravieri.

A observação dos casos encaminhados pelos conselhos tutelares e Poder Judiciário à entidade permite ainda traçar um perfil. "Atendemos uma porcentagem maior de famílias com baixo poder econômico. São pessoas que moram em locais onde não se tem privacidade, como favelas e barracos de madeira, facilitando a denúncia. A preponderância é de vítimas do sexo feminino, com faixa etária até os 12 anos. E o que tem chamado a atenção do final do ano para cá é o aumento de casos envolvendo crianças com menos de cinco anos", disse Ligia.

No Crami, as vítimas recebem tratamento psicológico e social, e participam de oficinas, enquanto os pais passam por orientação. Os algozes também têm chance a um auxílio. "Ajudamos para que eles consigam entender o que move esse desejo, como contê-lo e como compreender essa situação", exemplificou.

Devido à idade e à proximidade do agressor, muitas crianças têm dificuldade de entender a situação, em virtude dos laços afetivos e também porque os agressores nem sempre são agressivos, segundo a psicóloga Ana Paula Angelo Guimarães, do Resavas.

"Tem crianças que atendemos que falaram que não percebiam que aquilo de que estavam sendo vítimas era abuso, uma violência contra elas", afirmou Ana Paula. Segundo ela, algumas das vítimas ainda se sentem culpadas quando o caso vem à tona e os culpados são presos.




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