Economia Titulo Recessão
Dados do Japão, Europa e Estados Unidos agravam o cenário econômico mundial
Da AFP
27/02/2009 | 11:58
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O marasmo econômico se confirmou no Japão, a recessão econômica chegou à Finlândia e à Dinamarca e piorou na Suécia, num momento em que os estados continuam soltando dinheiro para apoiar seus bancos, sem conseguir tranquilizar as bolsas deprimidas por um possível agravamento da desaceleração americana.

O Japão anunciou uma queda sem precedentes de 10% de sua produção industrial entre dezembro e janeiro, sendo que a produção do setor automobilístico caiu 41%. As exportações caíram 45,7% em um ano, e o consumo das famílias registrou uma queda de 5,9%.

Mais dois países europeus foram atingidos pela recessão: a Finlândia (baixa de 1,3% do PIB no quarto trimestre) e a Dinamarca (baixa de 2% no quarto trimestre). A recessão também está piorando na Suécia (-2,4% no quarto trimestre).

Após uma tímida recuperação na quinta-feira, as Bolsas europeias voltaram a desabar nesta sexta-feira, acompanhando a queda de Wall Street. Às 11h GMT, Paris, Londres Frankfurt e Amsterdã perdiam entre 1,4% e 1,8%.

Esta tendência foi confirmada pelo anúncio de um aumento do desemprego na zona euro, que atingiu 8,2% em janeiro (mais de 13 milhões de desempregados), o nível mais alto desde setembro de 2006. No entanto, a desaceleração da inflação na zona euro (1,1% em um ano, o nível mais baixo desde 1999), abre o caminho para uma redução das taxas do BCE (Banco Central Europeu).

Além disso, os números do PIB (Produto Interior Bruto) dos Estados Unidos, anunciados nesta sexta foram muito piores do que o previsto. O PIB retrocedeu 6,2% no quarto trimestre em ritmo anual, contra 3,8% anunciados inicialmente, o que representa um crescimento de apenas 1,1% em 2008, segundo as cifras oficiais publicadas pelo departamento do Comércio. A cifra é muito pior que a antecipada pelos analistas, que se baseavam num retrocesso de 5,4%.

Depois de um recuo de 0,5% no terceiro trimestre, o quarto trimestre mostrou uma queda do PIB por segundo período consecutivo, coisa que não acontecia desde a recessão de outono-inverno 1990-1991.

O setor bancário mundial continua em ruínas, e os Estados Unidos seguem intervindo, na maioria das vezes entrando no capital das empresas.

Nos Estados Unidos, o Tesouro decidiu tomar uma participação no Citigroup, exigindo o remanejamento do conselho de administração do gigante bancário.

Segundo os termos do acordo, anunciado nesta sexta-feira, o governo dos Estados Unidos terá uma participação de US$ 25 bilhões no Citi, convertendo em ações ordinárias as ações preferenciais que possui em troca de uma ajuda de US$ 45 bilhões sem direito a voto. De acordo o Wall Street Journal, esta tomada de participação constitui uma nacionalização parcial de 30 a 40% do capital do banco.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pretende investir mais US$ 250 bilhões para salvar os bancos americanos.

A entidade americana de refinanciamento Fannie Mae revelou uma perda gigantesca de US$ 58,7 bilhões em 2008, e pediu ao Estado americano US$ 15,2 bilhões para se recuperar.

Na Áustria, o Erste Bank, o maior banco do país e o número dois da Europa Central, confirmou uma queda de quase 27% de seu benefício em 2008.

A Europa Central continua no centro das preocupações. O Berd (Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento), o BEI (Banco Europeu de Investimento) e o Bird (Banco Mundial) assumiram nesta sexta-feira o compromisso de liberar uma verba de até 24,5 bilhões de euros em ajudas e financiamentos para os bancos e empresas desta zona.

No Reino Unido, depois do naufrágio do RBS na quinta-feira, mas com a concessão de fortes garantias do Estado, o Lloyds Banking Group, resultado da fusão do HBOS e do Lloyds TSB e no qual o Estado britânico tomou uma participação de 43,4%, previu um resultado negativo para 2009 e também está negociando com as autoridades para garantir seus ativos podres. Seu benefício em 2008 (atividades do Llyods TSB) registrou uma queda de 75%, para 819 milhões de libras.

No setor automobilístico, a Opel, filial alemã da General Motors, confirmou que precisa de um ajuda de 3,3 bilhões de euros para sair do buraco.

As más notícias também se acumulam nos outros setores: o gigante americano das telecomunicações Cisco decidiu suprimir 1,5 mil a 2 mil empregos em todo o mundo. A companhia aérea espanhola Iberia viu seu lucro líquido despencar em 90%.




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