Economia Titulo Demissões
Goodyear anuncia corte de 5 mil vagas

Na região, os 2,5 mil funcionários da Pirelli iniciam nesta quinta-feira férias coletivas até o dia 10 de março

Michele Loureiro
Do Diário do Grande ABC
19/02/2009 | 07:00
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A fabricante de pneus norte-americana Goodyear, com sete unidades no Brasil, vai demitir 5.000 trabalhadores até o final de 2009. Além disso, a empresa promete congelar salários e vender ativos para combater a crise econômica mundial.

A Goodyear saiu de lucro líquido de US$ 52 milhões no quarto trimestre de 2007 para prejuízo líquido de US$ 330 milhões em igual período do ano passado. A receita da empresa caiu 20%, para US$ 4,14 bilhões no quarto trimestre de 2008.

O grupo disse que planeja reduzir custos em US$ 700 milhões, além disso deve diminuir estoques em mais de US$ 500 milhões e deixar de investir cerca de US$ 800 milhões.

A unidade da Goodyear de Americana, interior de São Paulo, anunciou o PDV (Programa de Demissão Voluntária) e vai demitir 250 funcionários. A fábrica da Capital, no Belenzinho, anunciou a intenção de fechar um turno. "Isso representa cerca de 100 demissões, estamos tentando negociar, mas a empresa está taxativa", explicou Terezinho Martins da Rocha, presidente do Sindicato dos Borracheiros de São Paulo e Região.

GRANDE ABC - Em Santo André, a Pirelli inicia férias coletivas a partir de hoje. "Não haverá nenhuma produção até o dia 10 de março, já que a empresa prorrogou as férias coletivas por mais quatro dias - a princípio os trabalhadores retornariam dia 6 de março", lembrou Terezinho. Cerca de 2.500 funcionários ficam em casa a fim de readequar a produção e eliminar estoque.

No caso da Brigestone Firestone, também com unidade em Santo André, cerca de 1.100 funcionários retornam de férias coletivas na próxima quarta-feira (25). "No mesmo dia, outro grupo de 750 trabalhadores entra de licença remunerada. Tudo isso para alinhar a produção com a realidade do mercado, que não apresenta grande demanda", explicou Terezinho.

Para o sindicalista, apesar das medidas de contenção das produtoras de pneus, o pior momento de crise já passou. "Temos alguns sinais de que as coisas podem melhorar daqui para frente, como é o caso da Renault que reconvocou 500 antes da data prevista", destacou o presidente.

Terezinho lembrou que setores importantes como o dos bancos, representado pela Fenabran (Federação Brasileira de Bancos), estão fazendo sua parte. "Assinamos ontem o acordo do empréstimo consignado. Os trabalhadores que sofreram redução salarial e suspensão de contrato terão prazo ampliado para pagar os empréstimos. Isso mostra sensibilidade à crise e ameniza a situação do trabalhador", enfatizou Terezinho.

Sobre as demissões na Goodyear e o possível reflexo em empresas da região, a Firestone não retornou o contato da reportagem e a Pirelli informou que não vai se pronunciar sobre o assunto.




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