Economia Titulo irrevelante
Redução de juros de bancos é irrisória, segundo o Procon
Marcos Seabra
Soraia Abreu Pedrozo
12/02/2009 | 07:00
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Os principais bancos comerciais reduziram suas taxas de juros de empréstimo pessoal e de cheque especial para pessoas físicas nos primeiros dias de fevereiro. Mesmo sob pressão e as críticas de governos, empresários e trabalhadores, os bancos limitaram a redução das taxas à apenas 0,08%, de acordo com pesquisa realizada pela Fundação Procon-SP, órgão vinculado a Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania.

Ainda assim, das dez instituições financeiras pesquisadas - Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú, Nossa Caixa, Real, Safra, Santander e Unibanco -, oito reduziram suas taxas de empréstimo pessoal e sete reduziram as de cheque especial.

No empréstimo pessoal a taxa média dos bancos pesquisados foi de 5,89% a.m. (ao mês), inferior à de janeiro, que foi de 6,01% a.m., significando um decréscimo de 0,12 ponto percentual. Por exemplo, se uma pessoa tomar emprestado R$ 1.000, hoje ela paga em média R$ 58,90 de juros por mês. Em janeiro, pagaria R$ 60,10 em média, ou seja, uma diferença de R$ 1,20.

No cheque especial a taxa média dos bancos pesquisados foi de 9,18% a.m., inferior à do mês anterior, que foi de 9,25% a.m., significando um decréscimo de 0,07 ponto percentual. Aqui, a diferença é igualmente pequena. Se o correntista utiliza R$ 1.000 do seu limite bancário, por mês pagará em média R$ 91,80 pelo uso do recurso. No mês passado, pagaria R$ 92,50: R$ 0,70 a menos.

Para Cristina Martissi, técnica do Procon os cortes promovidos devem ser analisados com cautela pelos consumidores, pois embora a tendência dos juros bancários seja sempre acompanhar a decisão da taxa básica de juros, a Selic, a proporção é diferente. "Quando o Copom (Comitê de Política Monetária) reduz os juros, os bancos diminuem também, mas em menor quantidade. Já quando aumentam, aproveitam para ganhar mais".

Mesmo com a taxa caindo, o período é de instabilidade, reforça Cristina. Além disso, enquanto os spreads bancários (diferença entre o que os bancos pagam nas suas captações de recursos e o que cobram dos clientes nos empréstimos) permanecerem em níveis altos, o que dificulta baixar mais as taxas. Portanto, a orientação do Procon-SP é que apenas tome o crédito em extrema necessidade. "É importante também avaliar o período do contrato e se os juros são pré ou pós-fixados. Quem pode optar pelo crédito consignado, é o melhor caminho, pois tem juros menores".

Considerando que existe a possibilidade de variação da taxa do empréstimo pessoal em função do prazo do contrato, o Procon estipulou o período de 12 meses, já que todos os bancos pesquisados trabalham com este prazo.

Os dados coletados referem-se a taxas máximas pré-fixadas para clientes não preferenciais, sendo que para o cheque especial foi considerado o período de 30 dias.




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