Mais do que animar a Avenida Aldino Pinoti, a escola de samba Renascente, de São Bernardo, quer propor uma discussão sobre o racismo e a desigualdade social.

"O assunto tem de estar na boca do mundo. O Carnaval é um ótimo canal para chegarmos até o povo", diz o presidente da agremiação Benedito da Silva Lemes, 57 anos, o Ditinho, do Parque São Bernardo.

Com este lema e a vontade de conquistar o título inédito de campeã no Grupo Especial, a escola desfilará com 380 componentes divididos em oito alas e três carros alegóricos ao som do samba-enredo Brasil África, Igualdade Sempre.

A comissão de frente da Renascente representa a chegada dos negros pelo mar. O carro abre-alas vem em seguida em forma de navio para reforçar a mensagem. A segunda alegoria é uma mulher que simboliza a mãe África. O terceiro é um mapa do Brasil que aparece para representar o negro na sociedade.

Ditinho acredita que as alas que simulam o hip hop e a capoeira vão animar o público. "Queremos mostrar para São Bernardo que o Carnaval é a maior festa cultural do País", acrescenta o presidente, que considera a animação do foliões do Parque São Bernardo o maior diferencial da agremiação.

Com 12 anos de fundação, a escola tem no histórico dois títulos de vice-campeã. No ano passado, garantiu a quinta posição do Grupo Especial. "A Renascente precisa ser campeã. Nosso desfile será muito bonito, resultado de um trabalho sério."

Os ensaios ocorrem de sextas-feiras, sábados e domingos, das 19h às 22h, na Rua Almeida Leme, 100. As fantasias são gratuitas. Mais informações pelo telefone 4330-6351.