O economista Luiz Gonzaga Belluzzo, de 66 anos, é o novo presidente do Palmeiras. Diretor de planejamento do último mandato de Affonso Della Monica, comandará o clube pelos próximos dois anos após vitória nas urnas, na segunda-feira, sobre o oposicionista Roberto Frizzo por 145 a 123. Salvador Hugo Palaia, Clemente Pereira, Gilberto Cipullo e Edvaldo Frasson serão os vices.

A candidatura de Belluzzo por pouco não ocorreu. Ele só aceitou concorrer ao cargo para não deixar a situação, que mostrava estar rachada, enfraquecida. Conseguiu o apoio da maioria dos conselheiros, decepcionando a turma da oposição, que via em Frizzo, apoiado pelo ex-presidente Mustafá Contursi, uma oportunidade de voltar ao poder.

Belluzzo foi o principal responsável pela parceria com a Traffic e com a WTorre, contratada para a construção da Arena Palestra Itália. Nos anos 1990, foi quem intermediou o bem-sucedido casamento palmeirense com a multinacional italiana Parmalat.
O agora presidente palmeirense já avisou que não vai tentar a reeleição daqui a dois anos. Entre os projetos prometidos, pretende realizar uma reforma estatutária - não concorda, por exemplo, que a eleição presidencial ocorra depois da montagem do time de futebol, no começo do ano. Quer mudar o pleito para dezembro.

Belluzzo tem dois principais objetivos: montar um time competitivo, que possa lutar por grandes títulos - a prioridade é a Libertadores - e pôr as finanças em ordem. "Temos de terminar o ano com uma situação financeira mais equilibrada. Vamos ter de caminhar com muita firmeza. Já aumentamos a receita no futebol, mas ainda é pouco", comentou o novo presidente.

Com ele também está garantida a permanência de Vanderlei Luxemburgo, que corria o risco de sair caso a oposição fosse vencedora.

Após o resultado, Belluzzo deixou a sala de votação abraçado a Frizzo, dizendo que o clube não pode viver mais rachado politicamente. "Vamos acabar com os ressentimentos, o clube precisa estar unido", disse o dirigente.