Setecidades Titulo Caos na saúde
Pacientes de Santo André são transportados para consulta

Falta de médicos no PA Central obriga Prefeitura de Sto.André a levar pessoas ao PA Bangu

Vanessa Fajardo
Do Diário dio Grande ABC
20/01/2009 | 07:00
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Para minimizar a falta de médicos no PA (Pronto Atendimento) Central, em Santo André, a Prefeitura disponibilizou na segunda-feira Kombis para levar os pacientes até o PA Bangu. A medida sobrecarregou a unidade e fez com que a população esperasse, em média, quatro horas para ser atendida.

A ausência de médicos sentida ontem no PA Central, é na verdade, um problema ainda maior. A Prefeitura informou que a unidade tem um déficit de 72 médicos de diversas especialidades, que só será resolvido com a contratação emergencial de mais profissionais.

Ontem, quem preferiu ficar na unidade teve de esperar o atendimento feito por apenas um médico, que só atenderia casos de urgência. Com dor na bexiga e suspeita de infecção urinária, a vendedora Patrícia Ferreira da Silva, 18 anos, desistiu da consulta depois de esperar quatro horas. "O médico chegou, mas vai priorizar as emergências. Não dá mais para ficar aqui", disse, por volta das 15h. Ela não quis ir até o PA Bangu, pois temia que a situação estivesse ainda pior. Patrícia contou que parte dos pacientes que chegaram às 11h, foi embora ao ser informadas de que não havia médico no local.

"O prefeito tem de dar um jeito nisso. Disse que ia melhorar a Saúde, mas está cada vez pior", reclamou a dona de casa Adair Aparecida Salgado, 59. Ela disse que antes das 11h já estava no Pronto Atendimento com o neto, que passou a noite anterior com 40 graus de febre. Quatro horas depois ainda não havia previsão para a consulta.

A falta de médicos no PA Central é um problema recorrente. Em julho do ano passado, o Diário noticiou que os usuários esperavam até seis horas para serem atendidos. Na época, a Prefeitura explicou que dois dos cinco médicos do quadro de funcionários faltaram.
Também atribuiu a longa espera à reforma do PA Vila Luzita, o que fazia com que os casos de emergência da unidade fossem transferidos ao Central.

No PA Bangu, a situação não era diferente ontem. Os moradores da região, que geralmente recorrem ao pronto atendimento, tiveram de disputar as consultas com os pacientes do PA Central.

Um funcionário informou que às 16h eram atendidos os pacientes que chegaram ao meio-dia, mas que o quadro composto por quatro médicos estava completo. A demora, segundo ele, devia-se ao aumento da demanda.

Prefeitura promete contratar 20 plantonistas para o PA Central

A Prefeitura de Santo André informou que vai contratar em caráter emergencial 80 médicos de diversas especialidades para o atendimento exclusivo no PA Central. Serão 20 plantonistas por dia. Metade fará turno de 24 horas e os demais de 12 horas.

A promessa é de que a contratação ocorra em etapas: parte dos profissionais começaria a atender nesta semana e o restante dentro de um mês.

Além dos plantonistas, a Prefeitura vai contratar um médico anestesista, um almoxarife e um funcionário para a área administrativa. No total, o contrato prevê despesa mensal de R$ 840 mil.

A Prefeitura admitiu que o quadro de médicos do PA Central não está completo e que ontem dois profissionais, ao invés de quatro, faziam o atendimento. Colocar Kombis para o PA Bangu à disposição dos pacientes foi uma tentativa de "minimizar o problema" do PA Central e "atender a população que mora na região do Bangu", informou a administração.

O PA Bangu atende diariamente 300 adultos e 200 crianças. A Prefeitura não informou qual foi o aumento da demanda por causa do PA Central.




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