Recém-nomeado presidente da Fundação Criança, Ariel de Castro Alves, disse na quinta-feira que pretende reformular os trabalhos direcionados às crianças em situação de rua e os dois abrigos mantidos pela Fundação. Ele explicou que fará um levantamento dos serviços da entidade e apresentará uma proposta ao prefeito Luiz Marinho (PT).

Ontem os dois vistoriaram as obras na Rua Vitória Maria Médici, 802, no Parque dos Pássaros. A antiga administração planejava para o local o Parque Temático dos Direitos da Criança e do Adolescente e o Centro de Referência da Infância e Juventude, mas não conseguiu concluir o complexo antes do fim do mandato. O prédio que serviria de nova sede - a atual fica na Avenida Prestes Maia - também integra o parque que chegou a ser inaugurado em dezembro, mesmo inacabado. O imóvel não tem vidros ou móveis e as ligações de água e energia são provisórias.

"É uma irresponsabilidade inaugurar algo que não está pronto. Quando se inaugura uma obra, pressupõe-se que ela esteja pronta para uso", diz Marinho.

GASTOS - O prefeito disse ontem que vai pedir um levantamento para identificar onde foram aplicados R$ 2 milhões do R$ 3 milhões destinados às obras do Parque da Juventude.

O projeto da antiga administração previa um local destinado a atividades educativas, recreativas, de pesquisa e formação voltados à defesa da cidadania e dos direitos das crianças e adolescentes. O segundo imóvel seria um teatro de arena, com camarim, vestiários e lanchonete.

Marinho explicou que fará um diagnóstico do complexo e apresentará uma análise do que será mantido do projeto inicial dentro de 30 dias. Prazos para conclusão das obras também serão informados nesse período.

"A Fundação Criança tem um papel importante na cidade. Queremos potencializar o trabalho e incrementá-lo com profissionais capacitados", disse Marinho.

A Fundação Criança é uma rede de proteção social que atende crianças e adolescentes com direitos ameaçados ou violados. No ano passado, a Fundação atendeu 8.000 crianças e familiares em situação de vulnerabilidade social. Para este ano, estão destinados R$ 15 milhões do orçamento.